"Depois do 'Brexit' será mais óbvio do que nunca que a defesa e a segurança da Europa dependem da NATO e do laço transatlântico. Eu apoio fortemente a defesa europeia, mas não como alternativa à NATO, apenas como complementar", afirmou Stoltenberg.
O secretário-geral da NATO respondia a jornalistas no âmbito da preparação da cimeira de ministros da Defesa da NATO, na quarta e quinta-feira no quartel-general da Organização, em Bruxelas.
O Reino Unido "é o maior investidor em defesa" na Europa, sublinhou, frisando que com a saída do Reino Unido da União Europeia "80 por cento dos gastos na defesa na NATO serão feitos por países não membros da União Europeia".
Questionado sobre como é que a NATO e a União Europeia estão a coordenar o objetivo de reforçar as capacidades de defesa europeias, Jens Stoltenberg afirmou que a Organização e a UE "nunca tiveram um diálogo tão próximo" e que a "cooperação entre a NATO e a União Europeia é mais ativa e próxima do que nunca".
Aliás, sublinhou, a reunião de ministros da Defesa inclui na quarta-feira um jantar de trabalho com a Alta Representante da União Europeia para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança, Federica Mogherini.
O objetivo desta "articulação estreita", disse, é "garantir que o reforço das capacidades de defesa dos países da União Europeia é feito de uma maneira que não prejudique a força da NATO mas sim que permita fortalecer a NATO".
"Se Portugal comprar um novo navio, por exemplo, pode ser usado numa operação da NATO ou da União Europeia. Desde que asseguremos que não estamos a criar estruturas paralelas e que as capacidades das nações estão disponíveis para a NATO, então isso é bom", disse.
O secretário-geral da NATO defendeu que a "defesa da União Europeia" deve ser "complementar" e não "competir" com a NATO.
Segundo Jens Stoltenberg, a articulação e "melhor coordenação" com a União Europeia também deve servir para contrariar a "fragmentação da indústria europeia de defesa".
"Temos de gastar mais e temos de gastar melhor e garantir que investimos de uma forma mais eficiente", disse o secretário-geral da NATO.
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