Um porta-voz dos bombeiros dos Territórios do Noroeste disse que, separadas por várias centenas de quilómetros, as aldeias são “particularmente difíceis” de evacuar por via terrestre.
Mike Westwick acrescentou que um contingente de 120 militares foi destacado na terça-feira para facilitar a retirada aérea.
No mesmo dia, as autoridades dos Territórios do Noroeste declararam o estado de emergência em todo a região.
“Estamos numa situação de crise e o nosso governo está a usar todas as ferramentas ao seu dispor”, disse o ministro regional do Ambiente Territorial, Shane Thompson, sublinhando que isso lhe permite “aceder a recursos e aplicá-los”.
O estado de emergência já tinha sido decretado, na noite de segunda-feira, na capital, Yellowknife, que está rodeada por quatro incêndios florestais a noroeste, norte e sudeste.
A autarca de Yellowknife, Rebecca Alty, alertou moradores em partes da capital para se prepararem para uma possível evacuação se as chamas, atualmente a 20 quilómetros da cidade, continuarem a avançar.
Pelo menos um hospital de Yellowknife, com cerca de 20 mil habitantes, já reduziu as suas atividades e transferiu pacientes para outras cidades do sul do Canadá.
“Estou com o coração partido a pensar nas pessoas do NWT [sigla em inglês dos Territórios do Noroeste] a lutar contra incêndios florestais devastadores”, disse o primeiro-ministro canadiano Justin Trudeau, na rede social X (antigo Twitter).
A vizinha Colúmbia Britânica, a província mais atingida por incêndios este mês, ultrapassou, pela primeira vez este ano os 40 graus Celsius, disse o Ministério do Ambiente à agência de notícias France-Presse, na terça-feira.
A cidade de Lytton viu a temperatura atingir 41,4 graus Celsius na segunda-feira.
O Canadá vive a pior temporada de incêndios florestais da sua história, com milhares de fogos que já levaram à emissão de mais de 200 ordens de evacuação este ano, forçando cerca de 168 mil pessoas a deixar temporariamente as suas casas.
Os incêndios emitiram o equivalente a mais de mil milhões de toneladas de dióxido de carbono (CO2), um registo sem precedentes, disseram na semana passada as autoridades canadianas.
O valor é quase igual às emissões anuais do Japão (1.120 milhões de toneladas de CO2 em 2021), o quinto maior poluidor do mundo.
Os fogos queimaram até agora 13,5 milhões de hectares, o equivalente à área da Grécia, e quase o dobro da área do último recorde absoluto, datado de 1989 com 7,3 milhões de hectares, segundo o Canadian Interagency Forest Fire Centre.
Desde maio, o Canadá recebeu a ajuda de cerca de cinco mil bombeiros de 12 países, incluindo de Portugal, em junho.
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