“Procurando intimidar os trabalhadores e condicionar o direito à greve, a DGAV notificou por e-mail os trabalhadores associados a esta direção-geral, ameaçando-os de desobediência caso não se apresentassem ao serviço nos matadouros designados”, afirma o sindicato em comunicado.
A paralisação de trabalhadores da DGAV, que termina sábado, tem como objetivo a criação de carreira especial de inspetor sanitário e acabar com as contratações a recibos verdes.
Em comunicado, o STFPSN considera que “a estratégia de sabotagem não resultou e a greve tem vindo a crescer, registando cerca de 90% de adesão, confirmando a grande unidade entre todos os trabalhadores desta direção-geral”.
O mesmo sindicato aponta as “manobras de sabotagem que as chefias da DGAV tentaram, em favor dos grandes grupos económicos, substituindo trabalhadores em greve nos grandes matadouros, por outros retirados a pequenas explorações”.
“Mas, ainda pior, desnorteadas, as chefias da DGAV acabaram por admitir, em comunicações eletrónicas a que o STFPSN teve acesso, com origem na subdiretora geral, que os abates regulares não estavam incluídos na consideração dos serviços mínimos, contrariando tudo aquilo que foi dizendo publicamente, para obrigar os trabalhadores a se apresentarem ao trabalho”, acrescenta.
Refere ainda que “no final da passada semana, a DGAV, inclusive, já tinha informado os proprietários dos matadouros do nome do veterinário alocado durante a semana de greve, instando a que fossem os próprios industriais a entrar em contacto com o respetivo veterinário, avisando-o de que teria de se apresentar ao serviço porque a DGAV o obrigava a tal”.
O coordenador do STFPSN, Orlando Gonçalves, já tinha acusado, na passada segunda-feira, DGAV de ameaçar e pressionar os trabalhadores para não fazerem greve.
No mesmo dia, em declarações à Lusa, o diretor-geral da DGAV, Fernando Bernardo, negou a existência de pressões junto de trabalhadores e garantiu que "não há risco" de as carnes frescas produzidas ao longo de greve no setor "constituírem risco para a saúde".
"Não houve, desde o anúncio da greve, qualquer contacto com qualquer trabalhador. A DGAV respeita integralmente o direito dos trabalhadores ao exercício de greve. Consideramos que esse é um direito inalienável e jamais faríamos qualquer tipo de contacto que pudesse configurar em pressão", disse Fernando Bernardo.
A Lusa contactou hoje o Ministério da Agricultura para obter uma reação às críticas do STFPSN, mas até ao momento ainda não obteve resposta.
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