Em comunicado, a ASPP avança que “ouviu o demagógico discurso” do ministro da Administração Interna no aniversário da Escola Prática da Polícia (EPP), em Torres Novas, Santarém, quando destacou as “melhor condições remuneratórias” dos polícias, a “dignificação das condições de trabalho e modernização” e o “rejuvenescimento das forças de segurança”.
“Senhor ministro, basta de hipocrisia e demagogia”, precisa o maior sindicato da PSP.
A ASPP sublinha que os polícias “sabem bem” das “dificuldades remuneratórias que estão a atravessar, das condições de trabalho a que estão sujeitos, das dificuldades com que se confrontam nas suas vidas”, dando conta de que o efetivo “está envelhecido, desgastado e desmotivado”.
“Senhor ministro, a pior forma de gerir o Ministério da Administração Interna é vender mentiras, algumas amparadas pela direção nacional da PSP. O senhor ministro ou está mal assessorado ou não sabe ao que vem enquanto responsável político com o grau de importância que reveste o seu cargo”, sustenta a ASPP.
A Associação Sindical dos Profissionais da Polícia reagiu também ao facto de o ministro da Administração Interna ter considerado “não ser da competência dos sindicatos pronunciarem-se sobre questões operacionais".
“Nunca a ASPP/PSP se imiscuiu, ou pretende imiscuir, nas questões operacionais, não deixando, no entanto, de salientar o impacto nessas questões, resultantes da desvalorização constante dos polícias, sonegando-lhe reiteradamente direitos fundamentais que obviamente impactam a sua missão primordial, a sua verdadeira razão de ser. É tempo de encarar a realidade, respeitar os polícias e promover compromissos sérios e efetivos”, refere o sindicato.
No final da cerimónia do 56.º aniversário da Escola Prática de Polícia, o ministro da Administração Interna considerou "inapropriadas" as declarações da ASPP sobre a reestruturação do SEF, sustentando que "não é competência dos sindicatos pronunciarem-se sobre questões operacionais".
“Não me quero pronunciar sobre declarações que julgo serem inapropriadas, não é competência dos sindicatos pronunciarem-se sobre questões operacionais, essa é uma competência da direção nacional da Polícia de Segurança Pública”, disse aos jornalistas José Luís Carneiro, quando questionado sobre o comunicado da ASPP, que alertou para “a gravíssima situação” que a divisão de segurança aeroportuária da PSP no Aeroporto de Lisboa está a passar devido à restruturação do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras.
Para a ASPP, “o processo de reestruturação do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) e a atribuição das competências à PSP terá de ser acompanhada dos recursos necessários”, pois “a situação está no limite”.
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