“Tem um grande trabalho a fazer pela frente porque a Polícia está numa situação extremamente fragilizada a todos os níveis, não só ao nível dos meios, como também ao nível socioprofissional com muita instabilidade”, disse à agência Lusa o presidente da ASPP, Paulo Rodrigues, destacando o facto de o novo diretor da PSP conhecer bem a realidade da instituição.
O superintendente-chefe Manuel Augusto Magina da Silva foi hoje nomeado pelo primeiro ministro e ministro da Administração Interna para diretor nacional da Polícia de Segurança Pública (PSP).
Magina da Silva, até agora número dois da PSP, vai substituir Luís Farinha, que estava no cargo desde novembro de 2013 e cujo mandato já tinha terminado em novembro de 2019.
“O comandante Magina era diretor nacional adjunto e conhece bem a realidade da Polícia, não só ao nível operacional, mas também socioprofissional. Tem todas as condições para poder desempenhar devidamente a missão de diretor nacional”, defendeu o presidente do maior sindicato da PSP.
Paulo Rodrigues frisou que Magina da Silva deve começar já a trabalhar e “não tem desculpa para não desempenhar um bom trabalho”, tendo em conta que “já teve vários cargos na PSP e conhece o funcionamento da casa”, bem como a “realidade atual”.
Segundo Paulo Rodrigues, a PSP “está completamente revoltada, desmotivada” e com “grandes carências em termos de meios humanos e operacionais”.
“Espero que o comandante Magina venha de alguma forma contribuir para tentar solucionar este conjunto de problemas”, disse, considerando importante que o novo diretor olhe para a Policia “não só do ponto de vista do oficial de polícia, mas de ponto de vista daqueles que todos os dias trabalham no terreno” para que tenha “uma noção real daquilo que se passa no dia-a-dia das esquadras”.
Magina da Silva foi ainda comandante da Unidade Especial de Polícia e esteve no comando de diversas operações policiais complexas e de elevado risco.
A cerimónia de tomada de posse do novo diretor nacional da PSP está marcada para segunda-feira no Ministério da Administração Interna.
Magina da Silva toma posse numa altura em que os sindicatos da PSP ameaçam com vários protestos, como entrega de armas e greve de zelo, além de enfrentar a contestação do Movimento Zero, um movimento social inorgânico criado em maio de 2019 por elementos da PSP e da GNR, mas que entretanto anunciou uma pausa para reflexão.
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