A agência Lusa questionou a Administração Regional de Saúde (ARS) do Algarve sobre a situação e o presidente, João Moura Reis, respondeu que só tomou conhecimento destes casos pela imprensa, garantiu que “nunca houve uma comunicação interna” para o organismo a informar que chovia nos gabinetes e que, "mal teve conhecimento", enviou técnicos do gabinete de instalações e equipamentos para Loulé e Albufeira para tratarem da questão.
“Hoje, na Unidade de Saúde Familiar (USF) Lauroé, no Centro de Saúde de Loulé, algumas consultas foram realizadas com a chuva a cair dentro do gabinete. Na Unidade de Saúde Familiar de Albufeira chove em dois gabinetes. Os utentes estão a reclamar no livro amarelo por serem atendidos nestas condições”, denunciou hoje a direção regional do Algarve do SEP, em comunicado.
A mesma fonte frisou que estas duas unidades “funcionam em contentores que têm vindo a degradar-se ao longo dos anos” e são afetados por “infiltrações de água que comprometem o sistema elétrico e o funcionamento dos telefones, bem como a integridade dos equipamentos, nomeadamente informáticos”.
“É inadmissível que os utentes estejam sujeitos a estas condições, num espaço físico que deveria ser um exemplo de promoção da sua Saúde. Exige-se que os profissionais tenham um ambiente de trabalho seguro”, considerou a estrutura sindical.
O sindicato apontou a existência de casos de funcionários com queixas de “reações alérgicas do foro respiratório e dermatológico”, que os profissionais “atribuem ao isolamento térmico/acústico do contentor que está podre”, segundo o comunicado.
Mas o presidente da ARS do Algarve, além de ter dito à Lusa que enviou as equipas de técnicos para as unidades em causa, explicou que tanto a Unidade de Saúde Familiar de Lauroé como a de Albufeira “estão a funcionar provisoriamente em contentores” e afirmou que a Administração Regional de Saúde “sabe que o uso de contentores não é solução”.
A mesma fonte adiantou que estão em curso os procedimentos para “construir de raiz duas USF”, estando o caso de Loulé mais adiantado, porque “já foi assinado com o município um protocolo para a cedência do terreno” onde a unidade irá ser edificada, situação que “deverá acontecer também em breve com Albufeira”.
“São duas situações que estão reportadas e incluídas no plano de ações e no orçamento para 2017”, afirmou o presidente da ARS do Algarve.
A mesma fonte reconheceu ainda que a situação em causa, a verificar-se como o sindicato denunciou, “não devia ter acontecido”, porque “havia outros gabinetes livres que poderiam ser utilizados para dar consultas” e, em última instância, “caso não houvesse, as consultas deveriam ter sido canceladas e transferidas para uma data em que houvesse condições para as dar”.
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