O ministério da saúde de Singapura acredita que os dados foram publicados por um norte-americano condenado várias vezes pela justiça do país. O suspeito terá obtido as informações através do seu parceiro, um médico que tinha acesso ao registo nacional de pessoas portadoras de VIH.

"Uma pessoa não autorizada obteve informações confidenciais de 14.200 indivíduos portadores de VIH até 2013 e as coordenadas de 2.400 delas", indicou o Ministério num comunicado.

"Essas informações foram publicadas online", acrescentou o Ministério, desculpando-se "pelas preocupações e pelo desespero" das vítimas.

Os dados publicados incluem nomes, contactos, moradas, resultados de testes de VIH e outras informações médicas.

As pessoas afetadas por esse roubo são 4.500 singapurianos, diagnosticados como infetados pelo vírus até janeiro de 2013, e 8.000 estrangeiros diagnosticados como portadores do VIH até dezembro de 2011.

O ministério já identificou um cidadão norte-americano, Mikhy K. Farrera Brochez, que viveu em Singapura de 2008 a 2016, como o suspeito pela divulgação dos dados.

Brochez foi condenado [em Singapura] por ter mentido sobre a sua condição de seropositivo e por vários delitos, incluindo fraude e crimes relacionados com drogas, em 2016, e deportado após cumprir pena.

O suspeito mantinha uma relação com Ler Teck Siang, ex-chefe da Unidade Nacional de Saúde Pública de Singapura, de 2012 a 2013, com acesso ao Registo Nacional de VIH. Siang foi condenado por ajudar a falsificar os registos médicos de Brochez, de forma a esconder a sua condição de seropositivo, e enfrenta agora novas acusações relativas ao tratamento de dados confidenciais.

Recorde-se que desde os anos 80 até 2015 os estrangeiros infetados com o VIH não podiam entrar em Singapura.

Já foi criada uma linha direta de apoio às pessoas afetadas pela divulgação dos dados, que poderá ser usada também por quem tenha informações sobre o caso.

O paradeiro de Brochez não é conhecido e as autoridades contam já com a ajuda internacional na sua investigação.

Durante outro importante ataque informático, entre em junho e julho de 2018, os dados médicos de 1,5 milhões de cidadãos de Singapura, incluindo os do primeiro-ministro, Lee Hsien Loong, foram roubados.

* com agências