A Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR) divulgou hoje o Relatório da Sinistralidade, Fiscalização e Contraordenações de janeiro de 2021, que coincide com o início do segundo período de confinamento geral devido à pandemia de covid-19.
Segundo o relatório, em janeiro registaram-se 1.581 acidentes com vítimas, de que resultaram 24 vítimas mortais, ocorridas no local do acidente ou durante o transporte até ao hospital, 93 feridos graves e 1.778 feridos ligeiros.
“Comparativamente ao mesmo mês de 2020, e tal como tem ocorrido nos últimos meses, verificou-se uma redução de forma transversal entre os principais indicadores de sinistralidade, com diminuições de 1.076 acidentes, de seis vítimas mortais, de 39 feridos graves e de 1.420 feridos leves”, precisa a ANSR, sublinhando que, no mês de janeiro entre 2017 e 2021, “os principais indicadores de sinistralidade apresentaram resultados decrescentes”.
O relatório avança que a colisão foi a natureza de acidente mais frequente, representando 47,8% dos desastres, apesar do maior número de vítimas mortais e de feridos graves ter resultado de despistes.
A ANSR frisa também que os atropelamentos registaram uma “redução significativa” em termos de número de acidentes (-52,3%) e vítimas mortais (-69,2%) face a janeiro de 2019.
No entanto e apesar do número de despistes ter reduzido 25% no primeiro mês do ano, as vítimas mortais tiveram um aumento de 33,3%.
Quanto ao tipo de via, em janeiro verificou-se uma diminuição em quase todas as tipologias no que respeita a acidentes, feridos graves e feridos leves, sendo exceção as estradas regionais, que estabilizaram o número de acidentes e mantiveram a zero o número de mortos e feridos graves.
As estradas nacionais, embora tenham registado uma redução de 41,6% no número de acidentes, registaram um aumento de 14,3% nas vítimas mortais (mais um do que em janeiro de 2020).
O relatório indica igualmente que 66,7% do total dos mortos em janeiro eram condutores, 12,5% eram passageiros e 20,8% correspondiam a peões.
Em comparação com o mês de janeiro do ano anterior, verificou-se um agravamento do número de condutores mortos (+4) e uma redução nas restantes tipologias, onde se destaca uma redução de 64,3% nos peões, correspondendo a menos nove vítimas mortais do que em 2020.
De acordo com o documento, a maioria parte dos acidentes ocorreu com automóveis ligeiros (75,2%) e metade das vítimas mortais registaram-se na rede rodoviária sob responsabilidade das Infraestruturas de Portugal (33,3% do total), Brisa (8,3%) e município de Vila Franca de Xira (8,3%).
Os dados mostram também que, em janeiro, foram fiscalizados 8,5 milhões de veículos, menos 28,9% em relação ao mesmo mês de 2020, uma redução que foi “reflexo de diminuições de 38,2% da fiscalização por parte da GNR e PSP e de 28,4% no sistema” de radares de controlo de velocidade gerido pela ANSR, “consequência, em grande medida, da redução da circulação devido ao confinamento obrigatório”.
Desta fiscalização foram detetadas 77,5 mil infrações, o que representa uma diminuição de 41,3% face a janeiro de 2020, sendo mais de metade das infrações (58,6%) referente a excesso de velocidade, embora tenha reduzido 41,5%.
O relatório refere que, em janeiro, foram submetidos ao teste de álcool 111 mil condutores, representando uma diminuição de 31,7% comparativamente ao mesmo mês de 2020.
A ANSR mostra, pela primeira vez num relatório, o número de condutores que perderam pontos na carta de condução, que ascendeu a cerca de 250 mil.
Desde a entrada em vigor do sistema de carta por pontos, junho de 2016 e até final de janeiro, 1.385 condutores ficaram sem carta de condução.
Dos restantes 1.732 condutores que já têm zero pontos no título de condução, 1.598 têm o processo instruído, 794 dos quais encontram-se na fase de audição da intenção de cassação do título de condução e 804 encontram-se na fase de notificação da decisão final de cassação do título de condução.
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