Há notícias do dia de hoje que são incontornáveis. Como em tantos outros dias, muitos são os casos de justiça que são resolvidos ou que dão mais um passo em caminhos mais ou menos longos.

Por exemplo, esta tarde chegou uma das sentenças que tanto se aguardava saber: António Joaquim, o homem acusado da morte do triatleta Luís Grilo, sai em liberdade. O procurador admitiu que a prova pericial e testemunhal contra ele “é zero”, sustentando, no entanto, que foi o arguido quem efetuou o único disparo que matou Luís Grilo.

Mais ligado ao desporto, o Tribunal de Cascais condenou hoje a sete anos e meio de prisão o antigo inspetor da Polícia Judiciária Paulo Pereira Cristóvão e a seis anos e quatro meses o líder da claque Juventude Leonina, Nuno Mendes, conhecido por Mustafá.

Ainda dentro dos tribunais, e aqui à porta fechada, a juíza de Instrução da Comarca da Madeira ouviu hoje duas testemunhas do processo relativo à queda da árvore no Monte, no Funchal, que provocou 13 mortos em 2017.

Estamos tão habituados a ouvir falar de tribunais em casos que envolvem mortes, roubos ou qualquer crime que, quando aparece um caso diferente somos obrigados a parar. E é essa história que trago hoje.

Nos Estados Unidos, um rapaz de cinco anos convidou os seus colegas de escola primária para assistirem à sessão em que seria dado por concluído o seu processo de adoção. Michael não quis estar apenas com os pais adotivos naquele momento importante para todos. Por isso, a professora e os colegas foram os escolhidos para o ver “dançar” num cadeirão de tribunal. Mas engana-se se pensa que a turma ficou apenas a observar. É que estavam lá todos, numa espécie de claque, com corações de papel, a assistir ao momento, e cada uma das crianças teve oportunidade de se apresentar e de explicar porque estava ali a celebrar com o amigo.

Corações. Calculo que estejam sempre acelerados dentro de uma sala de audiências, seja qual for o motivo. Porque se vai ser condenado, porque se vai sair em liberdade, porque se ganha ou porque se perde. Porque se começa uma vida nova a partir dali, seja como for. Hoje o coração de Michael bateu ao compasso de uma música bonita, pela esperança num futuro risonho. E fê-lo acompanhado, o que torna tudo ainda melhor.

Chegando ao fim desta semana, tenho uma nota e mais uma reflexão a fazer quanto ao meu presépio de notícias (se não sabe do que falo, veja aqui). Começo pela nota: como católica, o Natal tem para mim um significado naturalmente especial. O que me faz olhar para a história que aqui partilhei também à luz desse significado. É que esta história é perfeita para encerrar com uma reflexão sobre a Sagrada Família. Deixe-me explicar: os pais de Michael tiveram certamente muito que esperar até o terem “oficialmente” como filho. Tiveram dúvidas, anseios e medos — como quaisquer pais. Maria e José também os tiveram, com a responsabilidade acrescida de estarem à espera do “Filho de Deus”. E agora vem o ponto importante para o caso: José é pai adotivo de Jesus. Não O gerou com Maria, mas aceitou-O como seu filho. Educou-O, ensinou-Lhe tudo o que sabia. Podemos imaginar o Menino a talhar peças em madeira, a aprender a profissão de carpinteiro. Não foi menos filho por não o ser na realidade. Tal como Michael vai ser sempre filho deste casal que lutou por ele até ao bater final do martelo no tribunal.

Para terminar, e aproveitando o pretexto para um fim de semana em família, deixo duas sugestões natalícias:

  • "Com a cabeça na Lua e os pés na Terra", a Vila Natal em Óbidos já abriu portas este ano e, além da pista de gelo e do Pai Natal, tem um labirinto feito com materiais recolhidos nas praias e um circuito de arborismo com passadiços à altura das árvores. É certamente um dos locais a visitar nesta quadra.
  • À semelhança de outros anos, as salinas de Rio Maior acolhem a iniciativa "Presépios de Sal", não deixando de lado a animação e a boa gastronomia num Aldeia de Natal que não deixa de ter o tom branco da neve — embora diferente do habitual.

Querendo que também o seu coração bata mais rápido com bons momentos em família numa época festiva que assim o pede, eu sou a Alexandra Antunes e hoje o dia foi assim.

Porque o seu tempo é precioso.

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