"Com o apoio da Marinha portuguesa, será feita uma ação de busca e de reconhecimento para termos uma avaliação com mais pormenor do fundo da pedreira e podermos, eventualmente, identificarmos alguns dos nossos objetivos", disse José Ribeiro.
Além do sonar da Marinha, que já se encontra no 'teatro de operações', durante a tarde está previsto que o Instituto Hidrográfico "traga um outro equipamento, um ROV" (veículo operado remotamente), igualmente da Marinha, "para também dar alguma ajuda", disse o CODIS de Évora, ao fazer o ponto de situação sobre as operações de busca em curso em Borba (Évora), nas instalações dos bombeiros locais.
“Os mergulhadores, entretanto, não irão regressar enquanto estes equipamentos não nos deem uma imagem de pormenor daquilo que está no fundo da pedreira”, visto que “são comandados remotamente” e isso permite “mais alguma garantia de segurança”, argumentou.
Os trabalhos da Proteção Civil que decorrem em Borba, onde aconteceu, na segunda-feira, um deslizamento de terra e o colapso de um troço de estrada para uma pedreira, com duas vítimas mortais e três desaparecidos, pelo menos, também contam hoje com elementos do Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) e da engenharia militar no ‘teatro de operações’.
“Hoje temos também o LNEC a trabalhar connosco, juntamente com a engenharia militar, que estão a fazer a reavaliação de todo o perímetro e da escarpa” da pedreira, revelou o CODIS.
Segundo José Ribeiro, as autoridades estão ainda a “prever instalar alguns equipamentos na escarpa” que “permitam uma monitorização em tempo real de algum movimento que possa acontecer”, em termos de estabilidade do terreno: “Para termos um sistema que nos permita um alerta mais precoce de um eventual deslizamento que possa ocorrer”.
As autoridades, entretanto, já reforçaram hoje a operação de drenagem de água das pedreiras, com a instalação de mais uma bomba e ainda equacionam poder vir a instalar “novas bombas”.
O comandante distrital disse que a intervenção de equipas cinotécnicas “na pedreira mais pequena, onde se supõe que esteja o trabalhador desaparecido”, é outra das ações que vai ser desencadeada “à hora de almoço”, para procurar “localizar a sua posição”.
Insistindo tratar-se de uma operação de socorro “complexa” e “morosa”, José Ribeiro considerou que “é natural” que as “condições de segurança da escarpa” se possam vir “a agravar com a situação meteorológica”, o que obriga a ter “o máximo de atenção e de acompanhamento técnico”.
Questionado pela agência Lusa sobre as declarações do primeiro-ministro, António Costa, que disse que estavam a ser utilizadas em Borba bombas oriundas de Espanha para retirar a água das pedreiras, José Ribeiro admitiu tratar-se de “um mal-entendido”.
“Uma das bombas que temos, a de maior capacidade, é de uma empresa portuguesa contratada, mas, pela informação que temos, a bomba foi subcontratada em Espanha. Talvez o mal-entendido tenha surgido daí, não há qualquer equipamento ou equipa de Espanha”, disse.
Comentários