A Tailândia, o principal destino turístico chinês no estrangeiro, está já a sentir a ausência de turistas do gigante asiático, devido ao surto do novo coronavírus que fez já 259 mortos no país.

O Governo tailandês aprovou na sexta-feira um pacote de medidas, que inclui a descida temporária de impostos e a facilitação de crédito a baixos juros para ajudar o setor turístico, enquanto se resiste para já à medida de limitar a entrada de turistas oriundos da China à semelhança do que fizeram outros países.

O governador da autoridade do Turismo da Tailândia, Yuthasak Supasorn, afirmou que o surto do novo coronavírus terá um impacto negativo no turismo chinês de até 80% entre janeiro e abril, o que que reduzirá as chegadas 2,32 milhões de turistas, segundo o diário Bangkok Post.

De acordo com dados da Universidade da Câmara de Comércio da Tailândia, o país perderá entre 2.500 milhões e 3.200 milhões de dólares (entre 2.200 e 2.900 milhões de euros) devido à queda do turismo chinês.

A professora de Economia da Universidade de Mahidol, na Tailândia, Isabel Pereira Rodrigues, disse à agência Efe que os efeitos do coronavírus no turismo e na economía tailandesa se agudizará provavelmente nos próximos meses.

“Nos próximos meses, a queda do número de turistas pode ser mais relevante”, afirmou a especialista.

A docente recordou que a crise de 2003 e 2004 do Síndrome Respiratório Agudo Grave (SARS), que causou cerca de 800 mortos, principalmente na China, provocou uma descida de turistas na Tailândia durante cinco meses seguidos.

O turismo representa entre 12 e 20% da economia da Tailândia, país que recebeu em 2019 10,99 milhões de turistas chineses de um total de 39,79 milhões de turistas.

Até ao momento, a Tailândia detetou 19 infeções de coronavírus, enquanto o número ascende a 13 em Singapura, oito na Malásia, cinco no Vietname e um no Camboja.

Também as autoridades de Singapura reconheceram que o surto de coronavírus prejudicará o turismo e a economia, mas o país já fechou as suas fronteiras aos viajantes chineses ou que tenham estado na China nos últimos 14 dias, com exceção para habitantes com residência permanente ou nacionalidade.

O Vietname, que também aplicou medidas drásticas como o cancelamento de vistos a viajantes chineses ou com origem de voos da China avisou que a crise do coronavirus afetará as suas exportações, sobretudo agroalimentares.

A China elevou para 259 mortos e quase 12 mil infetados o balanço do surto de pneumonia provocado por um novo coronavírus (2019-nCoV) detetado no final do ano em Wuhan, capital da província de Hubei (centro).

Todas as novas 46 mortes ocorreram em Hubei, a província central da China que é o foco do surto que começou em dezembro.

Além do território continental da China e das regiões chinesas de Macau e Hong Kong, há mais de 50 casos de infeção confirmados em 24 outros países, com as novas notificações na Rússia, Suécia e Espanha.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou na quinta-feira uma situação de emergência de saúde pública de âmbito internacional (PHEIC, na sigla inglesa) por causa do surto do novo coronavírus na China.

Uma emergência de saúde pública internacional supõe a adoção de medidas de prevenção e coordenação à escala mundial.

Esta é a sexta vez que a OMS declara uma emergência de saúde pública de âmbito internacional.

Para a declarar, a OMS considerou três critérios: uma situação extraordinária, o risco de rápida expansão para outros países e a exigência de uma resposta internacional coordenada.

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