“O anúncio feito pelo Sindicato Nacional dos Médicos Veterinários (SNMV) de que entre os dias 28 de maio e 02 de junho irão exercer o direito à greve, assegurando apenas os serviços mínimos obrigatórios, terá efeitos nefastos sobre o bem-estar dos animais, uma vez que inibirá a saída dos mesmos para abate, provocando anomalias graves no funcionamento das explorações suinícolas portuguesas”, sustenta a federação em comunicado.
Segundo refere, outro dos “graves efeitos” que a greve terá no setor resulta dos condicionamentos que implicará na oferta de carne de porco portuguesa para abastecimento ao mercado nacional.
Esta redução da oferta, adverte a federação, irá “favorecer a importação de carne espanhola, o que provocará fortes danos económicos para o setor”.
O SNMV emitiu no passado dia 11 um pré-aviso de greve dos médicos veterinários da inspeção sanitária dos serviços centrais e regionais da Direção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV), “entre as 00:00 do dia 28 de maio e as 24:00 do dia 02 de junho, sob a forma de paralisação total de trabalho, assegurando os serviços mínimos”.
Na origem do protesto está a exigência de criação da Carreira Especial de Inspeção Sanitária, por entenderem que “a carreira geral de técnico superior não se adequa às funções desempenhadas por estes trabalhadores, que exigem horários de trabalho por turnos e ausência de local de trabalho fixo”.
Ainda reclamado é o fim do processo de municipalização da inspeção sanitária, mantendo os serviços de inspeção sanitária na administração central, e o cumprimento e aplicação do despacho n.º 40/G/2017 da DGAV, “nomeadamente no que respeita ao pagamento atempado dos suplementos remuneratórios devidos”.
Os trabalhadores da inspeção sanitária – médicos veterinários e auxiliares de inspeção, que exercem as suas funções nomeadamente nos matadouros licenciados, para garantir que não entram no mercado alimentos que não são seguros – cumpriram já uma greve de seis dias entre 30 de abril e 05 de maio.
Na altura, a Associação Sindical dos Funcionários da Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) alertou para o “risco evidente” de serem colocados no mercado géneros alimentares não seguros, mas a Direção-Geral de Alimentação e Veterinária garantiu não haver "risco" de as carnes frescas produzidas ao longo de greve "constituírem risco para a saúde".
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