“O Presidente já deve saber que precisamos de uma mudança”, declarou Svetlana Tikhanovskaia aos jornalistas em Vilnius, na Lituânia, onde está refugiada desde 11 de agosto.

“Espero que o bom senso prevaleça, que as pessoas sejam ouvidas e que haja novas eleições”, acrescentou Tikhanovskaia, que reclama a vitória na eleição presidencial de 09 de agosto, e denunciou fraudes eleitorais.

Alexander Lukashenko está a enfrentar manifestações diárias e um movimento de greve convocado pela oposição desde que foram anunciados o resultado das presidenciais, que lhe atribuiu s vitória com 80% dos votos, contra 10% de Svetlana Tikhanovskaia.

Professora de inglês de 37 anos, recente na política, Svetlana Tikhanovskaia transformou a campanha presidencial na Bielorrússia ao reunir multidões sem precedentes nos seus comícios e ganhar o apoio de outros oponentes.

Questionada sobre o apoio russo a Lukashenko, Svetlana Tikhanovskaia respondeu: “Apelo a todos os países do mundo para que respeitem a soberania da Bielorrússia”.

“Não queremos mais viver com medo e mentiras”, disse Tikhanovskaia, que pediu aos trabalhadores que se concertem com o conselho de coordenação da oposição.

“A criação do conselho de coordenação visa negociar uma transferência tranquila”, disse Svetlana Tikhanovskaia.

As autoridades bielorrussas iniciaram na quinta-feira um processo para “assegurar a segurança nacional” contra este “conselho de coordenação” formado pela oposição, um órgão destinado a promover a transição política após as eleições de 09 de agosto.

A oposição denuncia a eleição como fraudulenta e milhares de bielorrussos saíram às ruas por todo o país para exigir o afastamento de Lukashenko.

Os protestos têm sido duramente reprimidos pelas forças de segurança, com quase 7.000 pessoas detidas, dezenas de feridos e pelo menos três mortos.