“Não, as Forças Armadas não têm problemas de inventário”, disse João Gomes Cravinho, em resposta a uma pergunta do deputado do PSD, Pedro Roque, no debate na especialidade do orçamento do setor da Defesa para 2019, na Assembleia da República, em Lisboa.
O ministro admitiu que “há efetivamente algumas informações contraditórias” relativamente a divergências quanto ao material furtado dos paióis de Tancos e aquele que foi recuperado, mas frisou que, no momento, existem “limitações na elucidação total” por haver um processo judicial em curso.
Sobre a questão do inventário, João Gomes Cravinho disse ainda que obteve “todas as garantias que precisava” em conversa com o chefe do Estado-Maior do Exército (CEME), Nunes da Fonseca.
Instado a comentar o facto de os serviços de informações do Estado terem admitido que souberam do furto, revelado em 29 de junho do ano passado, pela comunicação social, o governante adiantou que “em breve” se reunirá com a responsável do Sistema de Segurança Interna, Helena Fazenda, e com a diretora do Sistema de Informações da República, Graça Mira Gomes.
O ministro da Defesa Nacional disse que zelará por “um fluxo escorreito” entre o Ministério e os serviços de informações e que nas reuniões que terá procurará “identificar os mecanismos mais apropriados para isso”.
Questionado pelo deputado do PSD Pedro Roque sobre as reais razões para a demissão do anterior CEME, Rovisco Duarte, o ministro alegou que não comenta as conversas que tem “entre quatro paredes” com chefes militares por razões de confidencialidade e confiança e sublinhou que conviveu com o general CEME apenas durante três dias.
Quanto a mais informações sobre “o que se passou” no caso de Tancos, João Gomes Cravinho sublinhou que “não tem informação nova” e que há matérias que estão na responsabilidade da esfera judicial e na responsabilidade próxima da comissão parlamentar de inquérito, que toma posse na quarta-feira.
No final da sua intervenção inicial na apresentação do Orçamento para a Defesa, João Gomes Cravinho aludiu a “episódios vividos que foram causadores de incompreensão” e exigem rigor na “identificação das vulnerabilidades” para evitar situações idênticas.
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