“Do Governo não se espera nada, mas temos o parlamento ainda. O parlamento tem que se pronunciar também sobre isto. Temos então que, todos nós aqui, no Algarve, e em Faro, fazer mais um esforço e esperar pelo plenário da Assembleia da República, onde o senhor primeiro-ministro vai estar presente às 15:00, e saber qual é o resultado desta sessão plenária”, disse Carlos Ramos, presidente da Federação Portuguesa do Táxi (FPT).
Falando aos taxistas presentes na Praça dos Restauradores, e ladeado pelo presidente da Associação Nacional de Transportadores Rodoviários em Automóveis Ligeiros (ANTRAL), Carlos Ramos considerou que, nesse debate, “naturalmente os partidos vão questionar o senhor primeiro-ministro sobre a questão dos táxis, o senhor primeiro-ministro não vai, de certeza, fugir às respostas”.
“Por isso o esforço que se pede, o esforço suplementar que se pede a todos, é que consigamos aguentar até que o parlamento tome uma posição, que nós saibamos o que foi dito, e saibamos qual é a posição dos partidos sobre esta pequena alteração”, acrescentou o dirigente da FPT.
De acordo com o dirigente, o que está em causa é uma "pequena alteração" na lei para que sejam as câmaras municipais a ter a capacidade e competência para determinar contingentes no atual funcionamento das plataformas eletrónicas de transporte de passageiros, bem como as respetivas regras de funcionamento.
Tomando a palavra, o presidente da ANTRAL, Florêncio Almeida, apontou que é preciso “esperar também do Governo” que atenda às reivindicações do setor.
“E eu ainda espero que sinceramente haja alguém do Governo que ainda tente, com bom senso, resolver este imbróglio. Nós não queremos muito, queremos uma coisa tão poucochinha, é tão pouco, nos outros países já se fez”, salientou.
O dirigente da ANTRAL informou ainda que alguns motoristas que estão concentrados no Porto e no Algarve querem juntar-se ao protesto em Lisboa, mas essa decisão “deve ser a última coisa” a fazer.
“E se não houver desenvolvimentos, naturalmente é o que vamos fazer, mobilizar todos os táxis possíveis e imaginários para Lisboa”, apontou.
Assim, mantém-se o protesto agendado para quarta-feira junto à Assembleia da República, em Lisboa. Aos jornalistas, Carlos Ramos explicou que os taxistas vão sair dos Restauradores, onde está montado o ‘quartel general’ da manifestação, pelas 14:00, e vão deslocar-se a pé até ao parlamento.
Os representantes do setor do táxi reuniram-se hoje à tarde com um assessor do primeiro-ministro, António Costa, para a área económica, mas no final classificaram o encontro como "uma manobra de diversão”.
Nas ruas há já seis dias, e com poucas horas de sono, os ânimos entre os taxistas exaltaram-se um pouco hoje, depois de saberem o desfecho desta reunião.
Na Praça dos Restauradores foram ouvidas algumas trocas de palavras entre manifestantes e na Avenida da Liberdade alguns elementos da PSP colocaram-se no centro da via, e junto aos carros, para que os taxistas não se concentrassem no meio da estrada e causassem impacto no trânsito daquela artéria da capital.
Os taxistas queixam-se também do facto de alguns veículos de empresas como a ‘Uber’ e a ‘Cabify’ circularem na zona onde decorre o protesto, entendendo isso como uma afronta.
“Isto tem corrido bem até agora, e tem de continuar sempre assim”, disse o presidente da FPT, pedindo aos presentes que “aceitem, mesmo que às vezes não seja do agrado de todos, aquilo que as direções comunicarem”, e salientando que “a relação com a polícia tem sido extraordinária”.
“Não podemos ser nós a criar condições para que eles tenham obrigatoriamente de intervir, é isso que vos peço”, acrescentou, pedindo uma salva de palmas para a PSP.
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