Segundo o documento, apresentando na IV Assembleia da ONU para o Meio Ambiente, o degelo no Ártico pode causar a emissão de mais gases com efeito de estufa e aumentar a acidificação e contaminação dos oceanos.
Muitas das alterações na região serão irreversíveis e podem afetar a sua população e a biodiversidade, assinalou Björn Alfthan, porta-voz da fundação norueguesa GRID-Arendal, coautora do relatório, que se baseia em dados do Conselho Ártico, uma organização intergovernamental composta por oito países e vocacionada para o desenvolvimento sustentável e a proteção ambiental da região.
No Ártico vivem mais de quatro milhões de habitantes, dos quais perto de 10% são indígenas que se dedicam a atividades como a pesca, a mineração e a indústria madeireira.
Além do degelo de terrenos que permanecem congelados mais de dois anos a altas latitudes, o Ártico enfrenta também a contaminação por plásticos.
Especialistas estimam que o gelo marinho do Ártico tenha diminuído 40% desde 1979 e que os verões na região deixarão de ser gelados antes de 2030 a continuarem as atuais emissões de dióxido de carbono, gás poluente com implicações no aquecimento global.
A IV Assembleia da ONU para o Meio Ambiente, que decorre até sexta-feira na capital do Quénia, Nairobi, conta com a participação de mais de 95 chefes de Estado, ministros e vice-ministros e delegados de mais de 160 países.
A delegação portuguesa é liderada pelo ministro do Ambiente e da Transição Energética, João Pedro Matos Fernandes, que intervém na quinta-feira numa sessão sobre energias renováveis.
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