“Só tenho que agradecer o trabalho do presidente da concelhia [de Lisboa do PSD], dr. Mauro Xavier, nos últimos cinco anos, de quem não tenho qualquer tipo de queixa em termos de lealdade institucional, de partilha e de trabalho, mas de facto em política é assim, quando não concordamos temos que dar espaço para que as coisas continuem”, declarou Miguel Pinto Luz, em declarações à agência Lusa.
Na quinta-feira, Mauro Xavier anunciou a demissão do cargo de presidente da concelhia de Lisboa do PSD, por discordar da estratégia do partido para a capital, onde Teresa Leal Coelho é a candidata social-democrata às eleições autárquicas.
Questionado se a demissão de Mauro Xavier provoca instabilidade no seio do partido, o presidente da distrital de Lisboa do PSD disse que “é exatamente o contrário”, referindo que agora estão reunidas, "se calhar, mais condições para levar a bom porto a candidatura de Teresa Leal Coelho”.
“Fui informado, de uma forma cordata, pelo presidente da concelhia [de Lisboa do PSD] que se iria demitir”, referiu Miguel Pinto Luz, considerando a decisão de Mauro Xavier “um posicionamento normal”, devido há existência de “discordâncias em relação ao modelo desenvolvido pela direção nacional do partido e, neste caso, pela distrital”.
Apesar da demissão do presidente, a concelhia de Lisboa do PSD “continua a funcionar”, assegurou.
Além de Mauro Xavier, demitiram-se todos os membros da mesa da assembleia da concelhia de Lisboa do PSD, nomeadamente Fernando Seara, que ocupava o cargo de presidente, indicou o presidente da distrital de Lisboa do PSD, explicando que “o órgão da mesa [da assembleia] caiu”.
De acordo com Miguel Pinto Luz, as eleições para a concelhia de Lisboa do PSD deverão acontecer após as eleições autárquicas, marcadas para 01 de outubro.
O processo eleitoral das autárquicas vai ser assumido pela distrital e pela direção nacional do PSD.
O cargo deixado livre por Mauro Xavier foi ocupado interinamente por Rodrigo Gonçalves, que era vice-presidente da concelhia de Lisboa do PSD.
Na quinta-feira, no final da reunião da Comissão Política da Secção Concelhia de Lisboa, Rodrigo Gonçalves afirmou não querer ser um "fator de destabilização" no partido, nem "ser responsável por qualquer tipo de divisão" dos sociais-democratas.
"Nós, naturalmente, não queremos ser um fator de destabilização nem queremos prejudicar o resultado do PSD em Lisboa", disse à agência Lusa o presidente interino da concelhia de Lisboa do PSD, Rodrigo Gonçalves.
O nome da vice-presidente do PSD, Teresa Leal Coelho, para candidata do partido à Câmara de Lisboa foi aprovado em março pela distrital de Lisboa com 23 votos a favor, dois votos em branco e um contra.
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