À saída da reunião no Ministério do Trabalho os representantes dos trabalhadores disseram à comunicação social que ainda não existe entendimento total com o executivo, embora a Ministra tenha revelado "esperança na realização de um acordo."
Maria do Rosário Ramalho afirmou também que o "salário mínimo está fechado" para 2025, mas não confirma propostas sobre outros aumentos subsequentes, embora o governo tenha proposto subir o salário mínimo para 920 euros em 2026, para 970 euros em 2027 e para 1.020 euros em 2028, revela o documento da proposta consultado pela Lusa.
"O que nós propusemos foi um aumento para 870, o que é significativamente superior ao que está previsto no acordo em vigor, que seria 855. Portanto, há uma diferença aqui significativa. Além disso, propomos o prémio de produtividade, de acordo com o programa do governo e um conjunto de outros incentivos que compensam as empresas do esforço adicional nesta valorização salarial adicional, mais exigente do que aquilo que estava previsto. Este governo está a apostar na competitividade das empresas e na valorização dos salários no global", disse a governante também à saída da reunião.
Questionada acerca do calendário para a concertação social chegar a acordo, Maria do Rosário Ramalho adianta que não há "um tempo infinito. Nós temos aqui uma oportunidade e várias medidas que decorrerão deste acordo e têm que ser inscritas no orçamento, portanto, o nosso timing tem que ser próximo do orçamento, não pode deixar de ser assim", sublinha.
Em relação à isenção de contribuições e de impostos sobre os prémios da produtividade a ministra afirma: "Eu nunca divulgo à comunicação social, apesar do muito respeito que tenho pelo trabalho de todos, aspetos que estão ainda em negociação, porque tenho igualmente respeito pelos parceiros sociais e, portanto, tirando o salário mínimo, que está absolutamente fechado, que é uma decisão do governo, o resto terão que ser um bocadinho mais pacientes", disse aos jornalistas.
Quanto a tributação em IRS dos salários mais baixos, agora isentos, a tuletar da pasta do Trabalho afirmou que "há uma cláusula que contempla a atualização dos escalões".
A Confederação Empresarial de Portugal (CIP) assegurara hoje que não assina acordos "para fazer de conta", mas vê "disponibilidade" do Governo para "acolher" as suas propostas e com isso chegar a acordo. A confederação propõe o pagamento do 15.º mes de salário sem impostos.
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