Menos um dia para o recomeço do campeonato, mais uma polémica, desta feita em relação aos testes à Covid-19 realizados aos jogadores do principal escalão do futebol português. O tema surgiu logo à meia-noite, quando o semanário Expresso divulgou a capa da edição deste sábado onde se pode ler: “Laboratório erra em testes de futebolistas”.

A notícia aborda a existência de anomalias nos testes a nove jogadores do Vitória de Guimarães e Famalicão, com resultados positivos e que se revelaram negativos, feitos pela Unilabs, e que terão sido detetados por um médico do Hospital de São João que está a dirigir um estudo de identificação de anticorpos à Covid-19 entre atletas de várias modalidades e que tinha testado vários jogadores do Vitória Sport Clube pouco tempo antes, tendo todos eles obtido resultado negativo.

O tema preparava-se para dominar o dia e lançar um possível alarme sobre se estariam reunidas todas as condições para o regresso do campeonato no dia 3 de junho, quando, ainda de manhã, todo o caso se tornaria nebuloso. Num comunicado conjunto, o laboratório e o hospital desmentiram a história, acusando o artigo de tirar “conclusões alarmísticas, despropositadas e sensacionalistas”.

“O Conselho de Administração do Hospital de São João desconhece qualquer estudo feito a atletas de clubes profissionais ou não profissionais de futebol realizados na instituição”, pode ler-se na nota em que ambas as instituições esclarecem que existe “uma multiplicidade de fatores que pode afetar os referidos resultados, desde datas diferentes de colheita, aos procedimentos de colheita aplicados, até às metodologias, equipamentos e reagentes específicos utilizados em cada unidade laboratorial”.

A Liga Portugal reagiu pouco tempo depois, defendendo a escolha da Unilabs como parceiro, laboratório que o artigo relembra como sendo liderado pelos filhos de Luis Filipe Menezes e Fernando Gomes, presidente da Federação Portuguesa de Futebol.

“Foi feita uma consulta exaustiva ao mercado a várias unidades de saúde e laboratoriais. A Unilabs acolheu todas as exigências impostas pela Liga Portugal, e trata-se de um laboratório com reconhecimento nacional e internacional, quer pela qualidade do serviço, quer pela disponibilidade de vários postos de colheita em diversos pontos do país”, pode ler-se na nota que salienta que este foi “o laboratório que melhores condições ofereceu para a quantidade e especificidade dos testes pedidos pela Direção-Geral da Saúde”.

Mais tarde, o Correio da Manhã noticiava que o Famalicão se demarca da história, salientando que não foi contactado pelo Expresso, reiterando a confiança no laboratório.

Por último, o tema chegou à conferência de imprensa da DGS. Marta Temido disse que “nos próximos dias o Instituto Nacional Ricardo Jorge vai reforçar a sua vigilância, o seu acompanhamento, destas entidades, designadamente depois de uma reunião que já foi tida com a associação nacional de laboratórios e um incentivo do INSA a que estas entidades, todas elas, adiram a processos de melhoria de qualidade e boas práticas laboratoriais”.

“Estes casos de falsos positivos têm obviamente impacto na forma como olhamos para os resultados, mas são casos muitíssimo limitados e têm sido todos explicados e identificados processos de melhoria”, salientou a ministra da saúde.

Portanto, vamos lá recapitular. Desde que se decidiu a data de regresso do campeonato que Pedro Proença marcou uma Assembleia-Geral que definirá o seu futuro à frente da Liga, a NOS anunciou que não ia renovar o contrato de patrocínio da competição da qual é patrocinadora principal, o SL Benfica demitiu-se da direção da Liga e há uma história nebulosa no ar sobre alegados testes a jogadores com resultados errados.

Faltam 11 dias, caro leitor, e ainda nem tivemos tempo para discutir se o modelo de três centrais de Rúben Amorim vai ou não resultar no Sporting, tal tem sido a avalanche de acontecimentos. Se há teste negativo - e que não é um falso positivo - é a este regresso trapalhão do futebol português.

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