Depois de na sexta-feira ter anunciado que iria proibir a TikTok nos Estados Unidos, por “razões de segurança nacional”, Trump avisou que a rede social vai ser encerrada em meados de setembro, a menos que a norte-americana Microsoft ou outra empresa a compre.

“Ela [TikTok] vai ser fechada em 15 de setembro, a menos que a Microsoft ou outra empresa possa comprá-la e encontrar um acordo”, afirmou o Presidente dos Estados Unidos.

A multinacional sediada em Redmond, no estado de Washington, adiantou, num comunicado emitido no domingo, que tenciona concluir as negociações com a ByteDance para a aquisição do serviço da TikTok em território norte-americano até 15 de setembro, na sequência de um encontro entre o seu CEO, Satya Nadella, e Donald Trump.

Em caso de aquisição do serviço, a Microsoft prometeu “uma revisão de segurança completa” e a entrega dos “benefícios económicos apropriados” aos Estados Unidos, procurando garantir que “todos os dados privados dos utilizadores norte-americanos do TikTok” sejam transferidos e permaneçam no país.

As negociações começaram quando ambas as empresas comunicaram a intenção de explorar uma “proposta preliminar” referente à aquisição do serviço da TikTok nos Estados Unidos, no Canadá, na Austrália e na Nova Zelândia.

Na sequência da ameaça de Trump, a diretora-geral da TikTok para os Estados Unidos, Vanessa Pappas, garantiu que a rede social não planeava “ir a lado algum”, num vídeo em que agradeceu aos milhões de norte-americanos que utilizam a aplicação diariamente.

Pappas disse ainda, nessa mensagem, que a empresa está orgulhosa dos 1.500 trabalhadores que tem no país e que pretende criar outros 10.000 empregos nos próximos três anos.

Desenvolvida pela ByteDance, empresa sediada em Pequim, a TikTok é uma rede social que se distingue pelos vídeos curtos e pela sua partilha, com grande sucesso entre o público adolescente e cerca de mil milhões de utilizadores em todo o mundo, mas que suscita dúvidas quanto à segurança dos dados de utilizadores e vínculos com o Partido Comunista Chinês.

Além da guerra comercial entre os dois países, a tensão entre os EUA e a China aumentou nos últimos meses, alimentada pela pandemia de covid-19, levando mesmo ao fecho de consulados.

Washington e Pequim estão a viver um dos momentos mais críticos desde que os dois países estabeleceram relações em 1979.