Duarte Cordeiro lembrou que para Sines está prevista, por exemplo, a produção de hidrogénio verde, e reafirmou que será o grupo AdP a desenhar o projeto de dessalinização, tendo em conta as várias propostas de investimento para Sines.

O objetivo da nova dessalinizadora, que se irá juntar a outra no Algarve, além de uma terceira no sudoeste alentejano de fundos privados, é “responder às necessidades de água desses projetos” sem prejudicar a disponibilidade hídrica da região.

O ministro falava na conferência de imprensa que se seguiu ao Conselho de Ministros, hoje em Évora, no qual foram aprovadas as linhas gerais do Plano de Eficiência Hídrica do Alentejo, que vai agora entrar na fase de consulta pública.

As duas dessalinizadoras previstas para o Alentejo enquadram-se nesse plano. A de Sines, após a avaliação da dimensão, entrará em processo de adjudicação, enquanto a do Algarve está já num processo mais avançado.

O ministro, que reafirmou a preocupação com o “stress hídrico” do Alentejo e do Algarve e lembrou as previsões de redução de 25% da precipitação devido às alterações climáticas, lembrou que a dessalinizadora do Mira será construída por fundos privados e destina-se a abastecer as culturas intensivas da região.

Ainda assim o Governo está a trabalhar com a associação de regantes e com a Câmara de Odemira, às quais se juntam a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) e o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), no processo de perceber a localização, a dimensão e o modelo de financiamento da dessalinizadora.

“Terá de ser essencialmente financiada por privados”, disse Duarte Cordeiro, frisando que irá libertar água que é agora usada na agricultura intensiva e que será usada para outros fins.

Na conferência de imprensa, Duarte Cordeiro admitiu que no futuro, dependendo da evolução meteorológica, o Governo poderá em algum momento limitar a água no setor agrícola, se esta faltar para o consumo humano.