No documento, enviado à Lusa, o SITAVA (Sindicato dos Trabalhadores da Aviação e Aeroportos), SINDAV (Sindicato Democrático dos Trabalhadores dos Aeroportos e Aviação) e SINTAC (Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Aviação Civil) acusaram a gestora dos aeroportos nacionais, detida pela Vinci, de “falta de respeito” para com os trabalhadores.
“A fazer fé nos órgãos de comunicação social, que veicularam tais notícias, a ANA/Vinci tem um dos melhores e mais rentáveis negócios do nosso país, com proveitos e taxas de crescimento quase impensáveis, e com rendibilidades no negócio que fazem inveja a outros”, lê-se no documento.
“Para nós, as empresas têm de ter lucros, e se os não tiverem alguma coisa estará errada ao nível da sua gestão. Mas também sabemos que os resultados líquidos são apenas números, e para nós nem são os mais importantes. Por nós, gostamos muito mais de falar de resultados operacionais, esses sim demonstrativos da capacidade das empresas para assumirem responsabilidades”, salientaram as estruturas sindicais, criticando o “manto de penumbra” que dizem existir neste caso.
Acusando a ANA de uma “inqualificável falta de respeito”, para com os trabalhadores, os sindicatos classificam de “insultuosa a atitude da empresa, manifestada e mantida na mesa de negociação sindical, insistindo em apresentar uns míseros zero vírgula qualquer coisa por cento, para atualizar os salários dos seus trabalhadores”.
Contactada pela Lusa, fonte oficial da ANA realçou que “as negociações ainda estão a decorrer” e que “neste processo negocial as propostas iniciais, muito afastadas, aproximaram-se, sendo a última proposta da ANA muito próxima de um dos sindicatos”.
De acordo com a gestora, “essa proposta contém um aumento na tabela acima da inflação e um prémio para todos os trabalhadores. Foram também propostas modificações noutras prestações”.
Na mesma nota, as organizações sindicais recordaram que os funcionários do grupo são “os principais obreiros dos tais resultados, que garantem à ANA - Aeroportos de Portugal ter sob o seu controlo um dos melhores e mais rentáveis negócios do país” e defenderam que a posição da empresa é “um verdadeiro atentado à dignidade dos trabalhadores”.
“Durante vários anos, os trabalhadores têm tido toda a compreensão do mundo para com os pedidos da empresa, atualizando os salários com valores quase irrisórios, tentando corresponder àquilo que a empresa lhes foi pedindo. Agora a paciência esgotou-se”, realçaram os sindicatos.
“Ou a empresa reconsidera e evolui para propostas dignas, que venham ao encontro das – já de si moderadas – propostas sindicais, ou comprará uma 'guerra' e terá que pagar para ver. A altura é de luta por melhores salários e outras condições”, concluíram as estruturas representativas dos trabalhadores.
A mesma fonte oficial da gestora garantiu ainda que a “ANA manifestou aos sindicatos a sua disponibilidade para prosseguir a negociação com o objetivo de chegar a acordo”.
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