“Estamos a cumprir 100 dias de paralisação e não deixa de ser um marco histórico pela negativa que, tanto o Governo como a administração [da empresa], tenham deixado arrastar esta greve por mais de três meses, tendo finalmente demonstrado vontade para chegar a um acordo com os trabalhadores”, afirmou Hélder Guerreiro, da comissão de trabalhadores da Petrogal.
A greve na refinaria de Sines da Petrogal, iniciada em janeiro deste ano, foi convocada pelo Sindicato da Indústria e Comércio Petrolífero (SICOP) e pela Federação Intersindical das Indústrias Metalúrgicas, Químicas, Elétricas, Farmacêutica, Celulose, Papel, Gráfica, Imprensa, Energia e Minas (Fiequimetal), afeta à CGTP.
De acordo com o mesmo dirigente sindical, a “empresa encetou contactos” com os representantes dos trabalhadores, na última semana, “a fim de se iniciar” o processo negocial, estando a reunião, entre os dirigentes dos sindicatos e a administração da empresa, agendada para sexta-feira, em Lisboa.
“Vamos para a mesa negocial abertos a chegar a um acordo que beneficie os trabalhadores, mas dependerá essencialmente da administração em se aproximar ou optar por manter uma posição intransigente, o que não acredito que venha a acontecer porque saberá que os trabalhadores voltarão à greve e irão continuar a lutar até conseguir obter os objetivos”, frisou.
A greve, segundo Hélder Guerreiro, “teve início justamente porque a administração fez um simulacro de negociação, ou seja, nunca demonstrou na prática que estaria mesmo disponível para chegar a um acordo com os trabalhadores a não ser o que já estava estabelecido com os sindicatos da UGT e que era insuficiente e retirava direitos”.
Além de serem contra a caducidade da contratação coletiva na refinaria de Sines, os trabalhadores exigem melhores condições de trabalho e a reposição de direitos, como os prémios de produtividade e regularidade, regime de reformas, folgas e férias e subsídios de infantários.
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