Em Braga, à margem de mais uma manifestação dos trabalhadores das carreiras gerais daquele hospital, que no total são mais de 800 e hoje cumprem um dia de greve com uma adesão de cerca de 90%, segundo dados do sindicato, a líder da CGTP, Isabel Camarinha, afirmou ser “inaceitável” que quase uma ano depois da gestão do Hospital de Braga ter passado para Entidade Pública Empresarial (EPE) continue a haver “discriminações”.

Além da greve de hoje, está também agendada um novo dia de paralisação para quarta-feira.

Até 31 de agosto de 2019 o Hospital de Braga funcionou como Parceria Público Privada entre o Estado e o Grupo Mello Saúde, tendo passado para a gestão pública a 01 de setembro do ano passado, depois do privado e Estado não terem chegado a acordo sobre o prolongamento da parceria.

“De facto, é um bocado escandaloso e inaceitável que o Ministério da Saúde e a administração do hospital estejam a prolongar tanto tempo o ultrapassar de uma situação de discriminação gritante”, afirmou Isabel Camarinha.

Segundo a líder sindical, estes trabalhadores “são trabalhadores como outros de outras EPE do país e só a eles não é aplicável o Acordo Coletivo de Trabalho. Isto num quadro a quem aos trabalhadores da saúde tem sido solicitado um esforço superior, a quem está a ser pedido muito trabalho e dedicação, e recebem palmas, mas não recebem aquilo que é seu direito, igualdade salarial, igualdade de horários, carreiras profissionais e valorização do seu trabalho”.

À Lusa, o líder do Sindicato em Funções Publicas e Sociais do Norte [STFPSN], Orlando Gonçalves, explicou que há cerca de 800 trabalhadores nas carreiras gerais a laboral no Hospital de Braga e que há entre eles “discriminações salariais, de horários e direitos”.

“Reunimos com a administração e Ministério da Saúde, foi-nos prometido que o mais rapidamente iam aplicar o Acordo Coletivo de Trabalho em vigor em todos os EPE, era a única coisa correta que podia ser feita, mas até hoje só promessas que querem aplicar, quer da administração, quer do Ministério da Saúde”, explicou.

O sindicalista explicou que lhes “foi dado a entender que seria no início do ano de 2020 [que se começaria a aplicar o ACT], mas em fevereiro foi dito que a questão estava com o Ministério da Finanças”.

“Sejam as Finanças, a Saúde, a administração, a verdade é que ninguém nos responde a nada e não nos dizem o porquê do arrastar desta situação”, disse.

Orlando Gonçalves explicou que “há trabalhadores a fazer o mesmo, mas uns trabalham 35 horas outros 40 e ainda ganham menos, e há ainda trabalhadores que estão agora a entrar e a ganhar mais do que outros que trabalham neste hospital há mais de 10 anos”.

“É surreal”, considerou.

Estes trabalhadores já cumpriram várias jornadas de luta, nomeadamente uma manifestação em frente ao Ministério da Saúde e garantem “não ficar por aqui”.

“Se a situação de mantiver vamos ter que nos organizar e fazer novas ações de contestação”, garantiu.

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