Inicialmente, uma patrulha da Polícia Marítima (PM) “localizou cerca das 08:10 de segunda-feira, na praia de Santo António”, uma “embarcação abandonada”, tendo de imediato sido realizadas “buscas nas imediações para ver se havia alguém que pudesse ser relacionado com a embarcação”, mas sem resultados, disse o capitão do porto algarvio, Rui Vasconcelos Duarte.
As buscas incluíram a praia e a mata nacional das Dunas Litorais de Vila Real de Santo António, mas como não foi possível detetar ninguém, a ocorrência foi “comunicada às restantes autoridades, à GNR, à PSP e ao Serviço de Estrangeiros e Fronteiras [SEF]”, precisou a mesma fonte.
Questionado sobre se houve suspeitas iniciais de que a embarcação poderia estar relacionada com tráfico de droga ou imigração ilegal, Vasconcelos Duarte respondeu que o “caso está a ser investigado” e que a participação da PM ficou concluída com a comunicação da ocorrência às restantes autoridades.
Em declarações à Lusa, o subintendente Hugo Marado disse haver indícios de que “se trata de um grupo maior”, havendo a hipótese de serem 16 pessoas, alegadamente provenientes de Marrocos, o que “não significa que tenham chegado na mesma embarcação”.
Segundo Hugo Marado, foram os três detidos que informaram que o grupo era composto por 16 elementos, o que levou as autoridades policiais a elevarem o estado de alerta, sobretudo na zona do Sotavento (leste) algarvio.
“Dentro do nosso patrulhamento temos o dispositivo especialmente atento, mas não temos noção dos locais onde se possam encontrar”, reconheceu, acrescentando que o caso foi comunicado ao Centro de Cooperação Policial e Aduaneira de Castro Marim.
A pequena embarcação, detetada logo ao início da manhã, continha jerricãs para combustível e indícios de comida, o que levou a Polícia Marítima a comunicar a situação à GNR, à PSP e ao Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF).
Segundo Hugo Marado, a meio da manhã, uma patrulha da PSP de Vila Real de Santo António avistou três homens na cidade "com ar de fadiga e desorientação e a roupa ainda molhada”, sendo que apenas um deles tinha documentos, mas não autorização para entrar em Portugal. Os três foram depois detidos por entrada e permanência ilegal em território nacional.
“Acreditamos que tivessem vindo numa embarcação maior e tenham sido depois colocados numa embarcação mais pequena. Não nos parece que uma embarcação daquelas seja capaz de fazer todo o trajeto”, referiu aquele responsável.
Os três elementos “foram depois detidos pela PSP”, mas “não há informações claras” que indiquem que chegaram mesmo à praia naquela embarcação, nem se tiveram a companhia de outras pessoas, disse à Lusa uma fonte do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF).
A mesma fonte esclareceu que os três detidos serão hoje presentes ao tribunal, durante a tarde.
A Lusa também tentou contactar o Comando Distrital da PSP de Faro, mas até ao momento sem sucesso.
Caso se confirme tratar-se de imigração ilegal proveniente do Norte de África, este foi o sétimo desembarque na costa algarvia desde o final de 2019.
O último tinha-se dado a 15 de setembro de 2020, quando as autoridades intercetaram o grupo de migrantes que desembarcou ilegalmente na ilha Deserta, em Faro, e se colocou em fuga de seguida.
[Notícia atualizada às 12:33]
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