Segundo reporta a agência noticiosa Associated Press (AP), Donald Trump chamou hoje à Casa Branca dois influentes juízes estaduais do Michigan, estado que o candidato democrata venceu com mais de 154.000 votos de vantagem (resultados provisórios), para dar continuidade à ideia de convencer juízes e legisladores locais a deixar de lado o voto popular e trocar por eleitores escolhidos pelos republicanos.
A deslocação de dois altos funcionários da justiça do Michigan a Washington ocorre na mesma altura em que começou, hoje, a recontagem dos votos nos dois condados mais democratas do Wisconsin, com a campanha de Trump a tentar descartar dezenas de milhar de votos de votos de eleitores ausentes que, alegou, não deveriam ter sido contados.
As três objeções de Trump na tentativa de anular os votos foram rejeitadas pelos três membros do conselho do condado de Dane. Espera-se que Trump apresente as mesmas objeções no condado de Milwaukee antes de uma contestação no tribunal assim que a recontagem for concluída, talvez na quarta-feira, refere a AP.
Biden venceu no Wisconsin por 20.600 votos e venceu os condados de Dane e Milwaukee. Trump só pagou as recontagens nesses dois condados, mas não nos outros 70, em que obteve a vitória em 58 deles.
A AP lembra que não há precedentes para uma recontagem que supere um défice tão grande quanto o de Trump no Wisconsin, pelo que a sua estratégia é amplamente vista como, lê-se na AP, “mais uma tentativa para criar um caso para levar a tribunal”.
Ainda em relação ao Michigan, no início desta semana, Trump convocou pessoalmente dois funcionários do conselho de campanha que se recusaram a certificar os resultados no condado de Wayne, o mais populoso do estado e que votou esmagadoramente em Biden.
Os dois responsáveis da campanha republicana, refere a AP, terão concordado em certificar os resultados, mas, após um telefonema de Trump, mudaram de ideias.
Alguns legisladores do Michigan relataram ter sido inundados com telefonemas e correios eletrónicos de partidários de Trump para exigir uma intervenção, tendo respondido que a lei estadual “exige claramente” que os eleitores sejam indicados pelo partido que obtiver a maioria dos votos — “a lei não permite a nomeação ou aprovação de eleitores alternativos”.
O esforço no Michigan, prossegue a AP, está entre “as várias táticas de última hora” que Trump e aliados estão a utilizar para evitar uma derrota eleitoral.
A equipa de Trump também sugeriu um desafio legal na Pensilvânia para que se anulasse o voto popular e se pressionasse as autoridades do condado do Arizona a atrasar a certificação das contagens de votos.
Na Casa Branca, as discussões estavam em andamento sobre a extensão de um convite à liderança legislativa republicana da Pensilvânia também.
Hoje à tarde, a Casa Branca, entretanto, negou que Trump tenha a intenção de pressionar legisladores do Michigan para que não certifiquem os resultados eleitorais.
“[Trump] estará numa reunião mais tarde. Esta não será uma reunião para defender [a sua causa], nem se falará da campanha. É uma reunião rotineira que envolve legisladores de todo o país”, afirmou a porta-voz da Casa Branca, Kayleigh McEnany.
Por outro lado, quinta-feira à noite, foi anunciado que a recontagem dos votos das eleições presidenciais norte-americanas no estado da Geórgia confirmou a vitória de Biden.
A contagem inicial deu ao democrata apenas cerca de 14.000 votos à frente de Trump, o que obrigou a uma recontagem manual. A diferença diminuiu ligeiramente, ficando Joe Biden agora com uma vantagem de pouco mais de 12.200 votos.
A diferença entre os dois candidatos é ainda muito pequena e Trump, que contesta a derrota, pode, por isso, solicitar nova recontagem, esclareceu o gabinete do secretário de estado da Geórgia, responsável pelas eleições.
Biden foi declarado vencedor das eleições presidenciais a 07 de novembro, depois de ter conquistado três importantes estados: Pensilvânia, Michigan e Wisconsin.
Biden tem 306 delegados ao Colégio Eleitoral, contra os 232 de Trump. Para obter a vitória necessitava de 270 “grandes eleitores”.
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