Num comunicado intitulado “Turismo do Porto e Norte contesta disparidade regional na retoma da atividade da TAP”, o presidente da TPNP, Luís Pedro Martins, diz estar “frontalmente contra” os planos tornados públicos para a retoma operacional da transportadora aérea nacional, que deixariam o Aeroporto Francisco Sá Carneiro, numa primeira fase, com apenas três voos.
“Seria completamente incompreensível este esvaziamento da infraestrutura aeroportuária que serve o Norte de Portugal e que tem apresentado resultados fantásticos ao longo dos últimos anos, muito contribuindo para a dinamização de vários setores económicos da região e em que se destacam as empresas exportadoras e o turismo”, declarou Luís Pedro Martins.
Uma notícia de sexta-feira do Jornal de Notícias referia que a TAP iria retomar a atividade - interrompida pela pandemia da covid-19 - com 71 rotas a partir do Aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, e três rotas com partida do Aeroporto Francisco Sá Carneiro, na Maia, distrito do Porto.
“Esta desproporção na retoma de atividade entre Lisboa e Porto é manifestamente incompreensível. Para lá daquilo que seriam as perdas turísticas a médio prazo também toda a economia da região seria seriamente afetada, uma vez que no Norte existe uma forte componente industrial de vertente exportadora que não encontraria na transportadora aérea nacional o aliado que se impõe”, considera, apelando ao Estado que “não permita” a concretização dum ”erro grave da gestão da empresa”.
O aeroporto Sá Carneiro, segundo Luís Pedro Martins, “serve um território de cinco milhões de habitantes”.
“Considerando que a região tem 3,7 milhões, julgo ser do entendimento de todos que o aeroporto [Sá Carneiro] não serve apenas o Norte do País, mas também outras regiões, é aliás extremamente redutor chamar-lhe o aeroporto do Norte. O aeroporto Francisco Sá Carneiro é um aeroporto português e que serve todos os portugueses”.
O presidente da TPNP recorda que o turismo do Porto e Norte era “até à data da chegada da crise sanitária o território que mais crescia em quase todos os indicadores” e “que os números de fevereiro faziam adivinhar um ano de novos recordes turísticos”.
“Para a reabertura da atividade, estima-se que o perfil do turista venha a modificar-se consideravelmente procurando férias mais curtas, em territórios de baixa densidade, e nesse aspeto o nosso território tem argumentos muito fortes. Uma quebra da operacionalidade da TAP para o Norte do País seria inibidora da captação desses turistas”, argumenta, referindo que o Aeroporto Francisco Sá Carneiro crescia “a 10 % ao ano e tinha registado 13 milhões de movimentos de passageiros”.
O 'Porto, o Nosso Movimento', movimento independente liderado pelo presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, já veio classificar de "insultuoso" para a região Norte que a TAP "enquanto pede dinheiro público para sobreviver" planeie retomar atividade "com uma desproporção no número de rotas".
Num comunicado divulgado sábado passado, com o título "TAP 'regional' com dinheiros públicos não", o movimento sublinha estar ao lado de Rui Moreira na defesa "da região do país que mais contribui para a economia nacional", reagindo assim a uma notícia de sexta-feira do Jornal de Notícias que dá conta de que a TAP vai retomar a atividade - interrompida pela pandemia da covid-19 - com 71 rotas a partir do Aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, e com apenas três com partida do Aeroporto Francisco Sá Carneiro.
O Governo está a analisar a eventual concessão de apoios públicos à TAP, para assegurar a sua continuidade, segundo o relatório e contas da empresa pública Parpública, que detém 50% da companhia aérea.
Atualmente, a TAP tem a sua operação suspensa quase na totalidade e, no âmbito das medidas de apoio às empresas impactadas pela pandemia de covid-19 na economia, recorreu ao 'lay-off' simplificado.
Desde 2016 que o Estado (através da Parpública) detém 50% da TAP, resultado das negociações do Governo de António Costa com o consórcio Gateway (de Humberto Pedrosa e David Neeleman), que ficou com 45% do capital da transportadora.
Os restantes 5% da empresa estão nas mãos dos trabalhadores.
O Estado tem administradores no Conselho de Administração da empresa (administradores não executivos), sendo os administradores da Comissão Executiva nomeados pelos acionistas privados.
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