“O facto de estar a visitar a capital da UE e a sede da NATO na sua primeira deslocação ao estrangeiro é um sinal forte e importante”, declarou Donald Tusk, numa conferência de imprensa realizada após o encontro com o Presidente ucraniano.
Tusk afirmou que as eleições ucranianas “livres e justas” recentemente realizadas são “a melhor prova daquilo que a Ucrânia alcançou (…) tendo em conta as difíceis circunstâncias de segurança, políticas e económicas” que enfrenta o país, nomeadamente “as ameaças contínuas” à integridade territorial.
Volodymyr Zelenskiy, um reconhecido ator e comediante na Ucrânia, ganhou a segunda volta das presidenciais ucranianas no passado mês de abril com mais de 73% dos votos.
Na reunião em Bruxelas, o presidente do Conselho Europeu manifestou a Zelenskiy o apoio europeu à Ucrânia e aos ucranianos, “que fizeram um grande progresso na reforma do país desde a ‘Revolução da Dignidade’ [protestos antigovernamentais também conhecidos por Euromaidan] há cinco anos”.
“Também abordamos as ameaças à segurança da Ucrânia em curso. A UE vai continuar empenhada na soberania da Ucrânia, na sua independência e integridade territorial”, prosseguiu Tusk, aproveitando a ocasião para condenar, uma vez mais, os decretos assinados pelo Presidente da Rússia, Vladimir Putin, que visam a simplificação do acesso à cidadania russa pelos ucranianos, nomeadamente aos moradores das áreas separatistas pró-russas de Donbass, no território ucraniano.
Volodymyr Zelenskiy defendeu, por sua vez, que a integração europeia é uma garantia para a independência do Estado ucraniano, bem como “uma garantia de prosperidade da nação ucraniana e um pré-requisito para um rápido crescimento económico e tecnológico”.
O novo chefe de Estado ucraniano destacou ainda os seus planos para combater a corrupção e para “consolidar o apoio internacional à favor da independência e da integridade territorial” da Ucrânia.
Em concreto, Zelenskiy pediu à UE que continue “a consolidar os respetivos esforços internacionais e a intensificar as sanções” em favor da paz na Ucrânia.
“A UE sempre estará determinada em ajudar a Ucrânia a reforçar a sua democracia e o Estado de Direito, a combater a corrupção, a estabilizar a sua economia e a prosseguir com as reformas no setor energético”, realçou Tusk, finalizando que Bruxelas continuará empenhada com o acordo de associação com Kiev e no apoio financeiro para a estabilização do país “apesar da agressão russa” e da guerra no leste do território ucraniano.
A Ucrânia vive num cenário marcado por um prolongado conflito armado com a Rússia e elevados níveis de corrupção.
O exército ucraniano e as forças separatistas pró-russas confrontam-se há mais de cinco anos na zona leste da Ucrânia.
Segundo Kiev, as forças separatistas são financiadas por Moscovo que acusa o Ocidente de apoiar o exército ucraniano.
A guerra no leste ucraniano já fez cerca de 13 mil mortos e continuam a registar-se confrontos apesar do abrandamento registado após a assinatura dos Acordos de Minsk em 2015 que são constantemente violados.
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