Em comunicado hoje publicado, a Comissão Europeia anuncia que “a UE atingiu o seu objetivo de encher as instalações de armazenamento de gás até 90% da capacidade, muito mais de dois meses antes da data-limite de 01 de novembro, de acordo com os últimos dados divulgados hoje pela Gas Infrastructure Europe”, entidade que representa os fornecedores europeus.
Em causa está o objetivo, estipulado em junho de 2022 num contexto de crise energética acentuada pelos efeitos da guerra da Ucrânia causada pela invasão russa, de garantir que os 19 países da UE com reservas para armazenamento de gás as preenchessem num mínimo coletivo de 90% até 01 de novembro de cada ano, com objetivos intermédios para os países da UE a fim de garantir um enchimento constante ao longo do ano.
De acordo com os dados mais recentes da Gas Infrastructure Europe, hoje publicados e datados de segunda-feira, Portugal é o segundo país entre estes 19 com maior armazenamento, num total de 97,49% de 3,5 terawatts-hora (TWh) armazenados, apenas superado por Espanha (que atingiu 100% e 35,8 TWh de preenchimento).
Ao todo, a UE tem agora níveis de armazenagem de gás de 1.025 TWh, o equivalente a 90,02% da capacidade e a cerca de 90 mil milhões de metros cúbicos de gás natural.
Portugal é, entre estes 19 Estados-membros, o segundo com menor capacidade de armazenamento, sendo a Suécia o país com menos espaço (0,10 TWh).
O armazenamento de gás permite à UE ter maior segurança do aprovisionamento energético uma vez que pode cobrir até um terço da procura de gás da UE no inverno.
Previsto está que, em situações de crise, os países com reservas cooperem com os que não têm.
Na nota hoje publicada, a comissária europeia da Energia, Kadri Simson, saúda estes dados, explicando que estes “evidenciam o grau de preparação da UE para o próximo inverno, com base no nosso trabalho intensivo dos últimos 2,5 anos”.
“A Comissão continuará a monitorizar a situação, para que os níveis de armazenamento de gás se mantenham suficientemente elevados nos próximos meses e para que possamos também manter a nossa concentração na melhoria da eficiência energética e no aumento da implantação das energias renováveis”, adianta a responsável.
Com este regulamento relativo ao armazenamento de gás a ser uma das várias medidas adotadas pela UE na sequência da crise energética causada pela invasão da Ucrânia pela Rússia, Kadri Simson salienta ainda, na nota de hoje, a “situação muito mais difícil” no território ucraniano, “onde o setor da energia está sob ataque pesado e constante”, garantindo apoio europeu neste domínio face ao inverno rigoroso que se avizinha.
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