A futura “Rota do Pão” que aquela união de freguesias espera ter concluída na primavera de 2024 irá contar com passagem pelas praias fluviais de Vimieiro e Cornicovo, pelas azenhas que existem nas margens do rio Alva (afluente do Mondego) e por um forno comunitário que está a ser construído na aldeia do Sobral, disse à agência Lusa o presidente da junta, Vítor Cordeiro.
O investimento, com uma comparticipação de 80% da Associação de Desenvolvimento Local da Bairrada e Mondego (ADELO), pretende manter vivos os costumes associados à moagem e cozedura tradicional do pão, numa zona caracterizada pelas suas azenhas (moinhos movidos a água).
“Queremos não deixar cair algumas tradições que aqui temos. Temos orgulho nesta atividade e é das coisas que nos caracteriza”, salientou Vítor Cordeiro, recordando que, noutros tempos, aquele território por onde irá passar a rota ficou conhecido como “zona da farinha podre”.
O nome deve-se a uma espécie de lenda daquela zona que, em tempos, por ter tido “muitos moleiros e, como havia muito excedente de farinha, dizia-se que a farinha chegava a apodrecer”, explicou.
A rota, que terá 13 quilómetros, irá aproveitar alguns percursos pedestres já existentes no concelho, passando não apenas pelas praias fluviais, mas pelos terrenos de cultivo de milho, azenhas e pelo forno comunitário, onde as pessoas poderão “experimentar cozer o pão e degustá-lo”.
Segundo Vítor Cordeiro, a possibilidade da cozedura do pão será acertada com coletividades locais.
“Temos as nossas praias fluviais, mas decidimos que seria necessário criar sinergias para dar às pessoas que nos visitam qualquer coisa”, afirmou, referindo que, no caso das azenhas, será protocolado com um homem reformado que irá mostrar como é que a moagem tradicional funciona.
De acordo com o presidente da União de Freguesias de São Pedro de Alva e São Paio do Mondego, moleiros de profissão já não os há no concelho, mas ainda há “quem moa a farinha nas azenhas” e, mesmo a cozedura tradicional do pão, tem cada vez menos pessoas que a fazem.
“É uma forma de as pessoas verem a moagem, verem como se coze o pão e dinamizar o turismo numa vertente mais rural, num interior cada vez mais despovoado e que necessita de pessoas”, vincou.
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