“Julgo que o balanço é extremamente positivo. Mas nem tudo corre como gostaríamos, como é óbvio. Há sempre áreas onde precisamos de continuidade e estamos apenas a iniciar um processo que pretendemos que seja um processo longo, mas que produza efeitos”, afirmou João Paulo Catarino, em entrevista à agência Lusa.
Um ano após os incêndios de 17 de junho de 2017, que mataram 66 pessoas e provocaram 250 feridos, este responsável destaca como aspetos mais positivos a resposta que foi dada às vítimas no âmbito da saúde e a recuperação das primeiras habitações.
“Eu destacaria aqui como os aspetos mais positivos a resposta que no âmbito da saúde foi dada às pessoas, a forma próxima como estivemos das pessoas. Quando digo nós, digo o Governo, de uma forma geral. Neste caso concreto, o Ministério da Saúde. A resposta próxima e o acompanhamento que tem existido ao longo deste ano e que se manterá ao longo dos próximos, sublinhou.
Já quanto à recuperação das habitações, apesar de uma centena delas ainda estar em obra, realçou que as 156 que já foram entregues aos proprietários demonstram bem o empenhamento e o esforço de todos os agentes envolvidos.
“Obviamente que aqui não é só o Governo, mas todas as entidades a que os portugueses doaram, que estão no terreno ainda a construir. Esse esforço é hoje reconhecido e julgo que os resultados são o sinal de um esforço enorme e acho que devemos estar todos orgulhosos desse trabalho”, sublinhou.
Em relação às empresas afetadas, recorda que 47% delas foram já apoiadas financeiramente pelo Portugal 2020 e estão em fase de instalação.
“Há casos pontuais onde as coisas ainda não aconteceram. Isso tem muito a ver com questões burocráticas, questões que tinham a ver com as próprias empresas, algumas que estavam já em dificuldades financeiras. Mas diria que, de uma maneira geral, essas empresas e todas aquelas que tiveram condições para ser apoiadas, já o foram e estão a sê-lo”, frisou.
João Paulo Catarino adianta que há ainda a questão do reordenamento florestal e a componente agrícola, áreas em que se está a iniciar um trabalho que, a prazo, irá dar os seus resultados.
“Mas, aí, as coisas levam mais tempo e precisam acima de tudo de políticas continuadas e é isso que pretendemos. Esperamos que esses projetos e essas medidas de cariz piloto, que sejam agora implementadas, avaliadas depois, e possibilitem que o quadro comunitário que vier a seguir possa beber muito para estes territórios do Interior destas experiências que estamos aqui a produzir”, concluiu.
Sobre os meios à disposição da UMVI, disse que “são os suficientes”.
“A UMVI é um facilitador dos diversos organismos do Estado que estão no terreno. Vamos fazendo a articulação entre todos eles”, referiu.
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