“A escala está completamente preenchida e não dará problemas, sendo certo que nunca sabemos quando os problemas vão surgir, porque os profissionais podem ficar doentes e não sabemos quando têm de faltar”, afirmou a presidente do conselho de administração do CHO, Elsa Baião, à agência Lusa.
O CHO está a criar condições para voltar a ter internamento pediátrico em Torres Vedras, uma forma de melhor diferenciar o serviço, atrair médicos e estar mais próximo das famílias, evitando deslocações para Caldas da Rainha.
“Já temos área de internamento cirúrgico e conseguimos criar condições para ter camas de internamento médico”, explicou.
Elsa Baião acrescentou que se trata de “um processo simples do ponto de vista de obras e de recursos humanos e passa por uma estratégica de criar mais proximidade para as famílias, cujos filhos precisam de ficar internados”.
A urgência pediátrica encerrou entre as 21:00 de 07 de janeiro e as 09:00 do dia seguinte, por falta de pediatras, o que levou os médicos de clínica geral a recusarem garantir o serviço.
Dias antes, tinha estado a funcionar, mas sem pediatras nas escalas.
O encerramento da urgência pediátrica “nunca foi uma hipótese [para esta administração], tendo em conta que, em 2019, atendeu 21 mil casos, serve uma região com 35 mil crianças e jovens e Torres Vedras dista 40 quilómetros quer de Lisboa, quer da unidade de Caldas da Rainha”, no distrito de Leiria, sublinhou.
A Câmara de Torres Vedras aprovou um acordo a estabelecer com o CHO, e validado pelo Ministério da Saúde, para a melhoria dos serviços hospitalares na cidade, incluindo a manutenção da urgência pediátrica.
Ao CHO compete “assegurar as valências e respostas existentes, pugnar pelo cumprimento do compromisso assumido pela tutela de abrir quatro postos de trabalho para recrutamento de médicos especialistas em Pediatria ao longo da legislatura e de criar, na unidade de Torres Vedras, o serviço de internamento pediátrico”.
O acordo vincula ainda o CHO a estudar a possibilidade de vir a criar uma Unidade de Cuidados Intensivos, lançar concurso para obras na urgência geral, instalar a valência de Psiquiatria, garantir médicos para o Centro de Diagnóstico Pneumológico, pugnar para que a tutela venha a considerar Torres Vedras como zona carenciada e crie incentivos para os pediatras, e contratar profissionais que assegurem os serviços, na sequência da reposição das 35 horas semanais.
O município compromete-se a efetuar diversas melhorias no atual edifício do hospital, financiar obras de requalificação do serviço de Pediatria, dotando-o de internamento, procurar financiamento para a criação de uma Unidade de Cuidados Intensivos e para a Unidade de Manipulação de Citotóxicos, e encontrar instalações para relocalizar o Centro de Diagnóstico Pneumológico, assim como para a instalação da Psiquiatria.
O Centro Hospitalar do Oeste integra os hospitais de Torres Vedras, Caldas da Rainha e Peniche e serve cerca de 300 mil habitantes daqueles três concelhos, assim como de Óbidos, Bombarral, Cadaval e Lourinhã e parte dos concelhos de Alcobaça (freguesias de Alfeizerão, Benedita e São Martinho do Porto) e de Mafra (com exceção das freguesias de Malveira, Milharado, Santo Estêvão das Galés e Venda do Pinheiro).
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