Em comunicado, o conselho de administração do hospital indicou que este serviço estará fechado até às 08:30 de terça-feira, solicitando aos utentes que, em caso de urgência pediátrica, se dirigem ao mesmo serviço do Hospital de Santa Maria ou Dona Estefânia, em Lisboa.
Também no sábado, este serviço encerrou durante a noite por falta de médicos, o que, na ocasião, o hospital lamentou, garantindo que estão a decorrer “todas as diligências necessárias para ultrapassar as dificuldades”, em articulação com a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT) e com a tutela.
A agência Lusa tentou contactar hoje o conselho de administração para perceber que medidas estão a ser tomadas, mas até ao momento não foi possível obter declarações.
Numa carta enviada ao bastonário dos Médicos no início deste mês, a que a Lusa teve acesso, os pediatras deste hospital pediram a intervenção urgente da ordem na situação do serviço de urgência pediátrica por considerarem que não há condições mínimas de segurança para os doentes em vários momentos.
Também os médicos internos, em formação, denunciam que têm sido “incessantemente coagidos pela administração para cumprirem horas de urgência além do estipulado por lei” e que são “pressionados” a trabalhar numa urgência com uma equipa de apenas dois elementos, quando o mínimo exigível seria quatro.
Esta situação já se arrasta há mais de um ano, quando saíram 13 profissionais do hospital e nem o lançamento de concursos foi suficiente para colmatar a carência porque “ninguém concorreu”, segundo o Sindicato dos Médicos da Zona Sul.
A mesma fonte alertou na sexta-feira que a urgência pediátrica do Hospital Garcia de Orta continuava em risco de fechar à noite e que mais quatro médicos podem demitir-se caso não existam “mudanças”.
“A proposta dos colegas de pediatria é muito clara: têm que deixar de fazer bancos de urgência à noite, porque só sete pediatras é que fazem urgência e, desses sete, só quatro têm menos de 55 anos [e fazem noites]”, afirmou, na altura, à agência Lusa o presidente do sindicato, João Proença.
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