A Comissão de Saúde Pública de Espanha, o país europeu com mais casos de Monkeypox e o segundo do mundo com mais registos, depois dos Estados Unidos, reuniu-se hoje para deliberar sobre esta matéria e decidiu seguir a autorização dada pela Agência Europeia do medicamento (EMA, na sigla em inglês), anunciada na sexta-feira.
A EMA considerou que a vacina autorizada na União Europeia contra a Monkeypox pode ser administrada também como injeção intradérmica numa dose mais baixa, permitindo assim proteger mais pessoas.
O parecer da EMA surgiu depois de a ‘task force’ de emergência da agência ter analisado dados sobre aquela vacina e concluído que a mesma, atualmente só autorizada para injeções subcutâneas (sob a pele), também poder ser utilizada por via intradérmica (injeção logo abaixo da camada superior da pele), desde que numa dose menor, apontando que, desta forma, e face ao “fornecimento atualmente limitado da vacina”, mais pessoas podem ser vacinadas.
A ‘task force’ analisou dados de um ensaio clínico envolvendo cerca de 500 adultos, que comparou a vacina em função da administração por via intradérmica ou por via subcutânea — duas doses, com um intervalo de quatro semanas entre cada dose –, apontando que as pessoas vacinadas por via intradérmica receberam um quinto (0,1 ml) da dose subcutânea (0,5 ml), “mas produziram níveis de anticorpos semelhantes aos que receberam a dose subcutânea mais elevada”.
A vacina Imvanex foi autorizada pela primeira vez em circunstâncias excecionais em 2013 para a proteção contra a varíola e, na sequência de um pedido para alargar a sua utilização, foi autorizada para proteção contra a doença Monkeypox, ou varíola dos macacos, em 22 de julho passado.
As autoridades espanholas decidiram hoje que poderão receber esta vacina, por injeção intradérmica (0,1 ml em duas vezes separadas por 28 dias), os maiores de 18 anos, com exceção de grávidas e pessoas imunodeprimidas, a quem continuarão a ser administrados 0,5 ml por via subcutânea.
Apesar de as autoridades espanholas de saúde pública só terem tomado hoje esta decisão, os serviços de saúde da região de Madrid estavam já a usar a administração intradérmica desde sexta-feira, logo após a autorização dada pela EMA.
A Comunidade de Madrid é a região autónoma espanhola com mais casos confirmados de Monkeypox e as poucas vacinas disponíveis estavam a impedir a resposta às reais necessidades de controlo da doença e a administração das duas doses que a marca definiu para a vacinação completa.
Espanha recebeu até agora 12.240 doses da vacina e prevê que cheguem mais 5.000 ao país até ao final do ano, segundo o Ministério da Saúde.
Já foram registados 6.119 casos de Monkeypox em Espanha, o número mais alto da Europa, que levaram, à hospitalização de 178 pessoas e provocaram a morte de dois homens.
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