"Eu vejo que foi de trivela e ainda não voltou", ironizou Costa, acrescentando que quanto à questão do Banco de Portugal, Ventura "não deixará de ser ouvido como todos os partidos parlamentares".

Máscaras

O deputado único do Chega, André Ventura, questionou hoje o primeiro-ministro sobre se os guardas prisionais estarão a usar máscaras não certificadas e António Costa remeteu para as garantias dadas pelo Secretário de Estado da Saúde.

O Ministério Público abriu terça-feira um inquérito ao caso da certificação e venda de três milhões de máscaras de proteção adquiridas pelo Ministério da Saúde à empresa Quilaban, em ajuste direto.

A empresa Quilaban já assegurou que "a certificação apresentada era verdadeira e válida e continuou verdadeira e válida através de um novo certificado".

No domingo, o diário Público revelou que três milhões de máscaras do tipo FFP2 foram vendidas à DGS com um certificado inválido ou falso por uma empresa do ex-presidente da Associação Nacional de Farmácias João Cordeiro, a Quilaban.

"Como é que pode manter um Secretário de Estado da Saúde que diz em público que nenhumas máscaras foram distribuídas inválidas e sem certificado e nas prisões é esta que está aqui, não é outra", questionou o deputado no debate quinzenal no parlamento, exibindo uma máscara que, segundo Ventura, seria inválida e oriunda de um estabelecimento prisional.

Na resposta, António Costa remeteu para as declarações do Secretário de Estado da Saúde que disse que "nenhuma máscara desse lote seria distribuído enquanto não fosse esclarecida a sua certificação".

No domingo, o secretário de Estado da Saúde afirmou que as máscaras alegadamente inválidas vendidas à Direção Geral da Saúde (DGS) não tinham sido distribuídas nem pagas, esperando clarificar a situação no início da semana.

A resposta do governante surgiu depois de o jornal Público ter publicado um artigo com o titulo "Três milhões de máscaras compradas com certificado falso", que entretanto deu origem à abertura de um inquérito pelo Ministério Público.