Hoje e domingo, o Partido Ecologista “Os Verdes” (PEV) reúne 200 delegados, menos 150 do que em 2018 devido à epidemia de covid-19, rodeados de medidas de segurança no Fórum Lisboa, onde é obrigatório uso de máscara, as salas higienizadas, o almoço é ao ar livre e não há pausas para café para evitar aglomerações de pessoas, segundo a organização.
O primeiro dia de trabalhos servirá para apresentar o balanço de três anos de trabalho do partido, seguindo-se o debate das moções setoriais, antes da eleição dos novos órgãos nacionais.
No domingo, vai fazer-se o debate e votação da moção global de estratégia, seguindo-se a sessão de encerramento com um discurso de um dos dirigentes nacionais, numa sessão de encerramento sem convidados institucionais, como a Casa Civil do Presidente ou partidos, estando apenas prevista a presença de representantes dos parceiros da Coligação Democrática Unitária (CDU), PCP e Intervenção Democrática (ID).
O PEV, que nasceu em 1982 e tem concorrido às eleições em aliança com o PCP e a ID na CDU, não tem um líder, ao contrário de outros partidos.
A convenção, que se realiza de três em três anos, elege o conselho nacional, responsável por desenvolver e executar a política partidária, a comissão de arbitragem nacional e a comissão nacional de fiscalização de contas. Existe depois a comissão executiva, órgão político permanente saído do conselho nacional.
Em números, haverá, nos órgãos nacionais, uma “renovação de 11,6%” e também uma maioria feminina: as mulheres são 58,1%, os homens são 49,1%, uma marca “do próprio ADN” do partido, nas palavras do deputado e dirigente José Luís Ferreira.
Neste encontro, os Verdes querem vincar ser “de esquerda”, admitindo o desejo de continuar na CDU, e assumir as “lutas” ecologistas contra o aeroporto do Montijo ou a exploração do lítio.
A curto prazo, o PEV tem o processo de negociação do Orçamento do Estado de 2022, para o qual o deputado José Luís Ferreira afirma manter abertura para conversar, embora queira fazer um diagnóstico ao cumprimento dos compromissos assumidos pelo Governo para este ano — e que justificaram a abstenção do partido.
“Nós dissemos que antes de começar a negociar teríamos que ver como as coisas estão [relativamente ao Orçamento deste ano]. Porque se não andamos aqui a enganar-nos uns aos outros”, disse à Lusa.
O PEV admite que possa haver atrasos em pelos três dossiês — a continuação do reforço dos quadros no Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (INCF), o fundo de tesouraria para as micro, pequenas e médias empresas e o Estatuto da agricultura familiar – e é por isso que quer fazer o diagnóstico antes de se reunir com o Governo de António Costa, em julho.
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