“Vamos olhar para o concurso do CCB [Centro Cultural de Belém]. Vamos estudar, mas também vamos analisar o Quartel da Graça [em Lisboa]”, disse o administrador num encontro com jornalistas, em Paço de Arcos, apesar de admitir que falar nestes projetos “ainda é prematuro”, pois o seu interesse depende de vários fatores.
Segundo Gonçalo Rebelo de Almeida, estes fatores são essencialmente três. “O investimento [no CCB] é considerável e o valor mínimo de renda a pagar muito elevado, um terço do projeto é para a área de escritórios e serviços, o que também nos obriga a ir em parceria, e o terceiro fator que vai pesar é o ‘timing’ em que se vai processar”, explicou.
E o administrador exemplificou: “E se for na mesma altura o Quartel da Graça e o CCB? Seria um ou outro”, afirmou, reconhecendo que o segundo, um projeto no âmbito do Programa Revive, seria prioritário.
Em 28 de novembro, o presidente da Fundação Centro Cultural de Belém (FCCB), Elísio Summavielle, disse que o hotel e o espaço comercial do projeto original do CCB, em Lisboa, vão custar entre 60 e 70 milhões de euros, e o promotor irá pagar, no mínimo, uma ‘renda’ anual de 900 mil euros.
Na altura, o responsável adiantou que seria lançado um procedimento público internacional para “subcessão do direito de superfície dos terrenos” onde serão construídos os módulos 04 e 05 do projeto, correspondente ao hotel e ao espaço comercial.
Os terrenos em causa pertencem ao Estado e foram cedidos à FCCB, que, por sua vez, vai ‘alugá-los’ por um período de 50 anos.
O hotel, que será de quatro estrelas ou superior, e uma galeria comercial, com construção adiada desde há 25 anos, são da autoria dos arquitetos Vittorio Gregotti e Manuel Salgado (atual vereador do Urbanismo em Lisboa) e foram desenhados em 1989.
Desde o final de novembro que os interessados podem apresentar as propostas no concurso internacional.
Elísio Summavielle avançou ainda ter conhecimento de interessados “quer nacionais, quer internacionais”, e disse que, desde que assumiu a presidência e revelou ser seu desejo terminar o projeto inicial do CCB durante o seu mandato, foi questionado por várias vezes sobre quando abriria o concurso.
“[Trata-se] de um contributo muito importante nesta altura da vida da Fundação. Tudo o que venha a mais é ganho e 900 mil euros/ano é um valor mínimo. É a partir desse valor que começamos a falar com os concorrentes, a fasquia ira subir certamente”, explicou o responsável aos jornalistas.
Durante o período inicial, e segundo consta do caderno de encargos da obra, o promotor, ou promotores, vão pagar “uma renda de 300 mil euros”, valor esse que aumentará para um mínimo de 900 mil euros ano “a partir do momento da exploração plena”.
Para Elísio Summavielle, a “Cidade Aberta” será “uma pequena cidade que terá plena sustentabilidade sem que isso obrigue a onerar mais os contribuintes”, reconhecendo que tal facto já aconteceu no passado o que “trouxe bastantes dissabores”.
Apesar de considerar que a obra estará concluída dentro de três anos e meio, o presidente da FCCB alertou para a eventualidade de aparecerem constrangimentos que possam decorrer durante a obra, nomeadamente aquando da construção do parqueamento subterrâneo.
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