A Diretora-Geral de Saúde foi hoje à SIC, num registo diferente daquele que nos tem habituado nos últimos tempos. Falou sobre a mãe de 90 anos que não pode abraçar; sobre as críticas que lhe têm sido feitas e sobre o futuro de todos nós. "É como partir uma perna e durante meses aprender a andar”, disse, numa analogia sobre as adaptações que teremos de fazer até que uma cura ou uma vacina façam deste vírus uma doença do passado.

E para aprender a andar depois de uma perna partida é preciso disciplina — porque os riscos de uma recaída estão ali ao virar da curva. Os alertas que têm sido repetidos por António Costa, Marta Temido e Marcelo Rebelo de Sousa chegaram hoje pela voz da Organização Mundial de Saúde. Portugal está a "agir de forma racionalmente correta", é o que nos dizem os números, mas isso não significa que a pandemia esteja controlada. O regresso à normalidade prevê-se "lento e controlado", para que depois desta onda epidémica não estejamos a braços com uma pior.

Segundo o boletim epidemiológico hoje publicado, Portugal regista 735 óbitos por covid-19 (mais 21 do que no domingo) e um total de casos confirmados que ascende a 20.863 (mais 657). O número de recuperados mantém-se nos 610.

Mas não é só a saúde física dos portugueses que este vírus afeta: as finanças de muitos tossem e espirram, a saúde mental tem enxaquecas, a vida familiar e o teletrabalho não são livres de dores musculares. Por detrás dos números do lay-off e do desemprego há histórias de pessoas que fazem contas à vida colocada em suspenso; por detrás do teletrabalho há fronteiras que se esbatem e o tempo não estica (nem os braços). Conscientes do impacto que este "grande confinamento", como lhe chamou o FMI, pode ter para a cabeça, a Direção-Geral de Saúde lançou um site dedicado à saúde mental, onde pode ficar a par de todos os dispositivos à sua disposição.

Voltemos a esta arte de reaprender a andar. Todos sabemos que as crianças têm uma capacidade única de cair, levantar e seguir, sem ficar a pensar muito no quanto lhes doeu. São elas também as primeiras mergulhar neste "novo normal". A nova telescola arrancou hoje para 850 mil alunos do ensino básico — e ao que sei houve muito adulto curioso em frente à televisão. Para os próximos dias, consulte aqui a grelha de conteúdos e respetivos horários. Não é uma solução ideal, sabemo-lo desde o primeiro momento. O objetivo é minimizar desigualdades de acesso, mas elas persistem. Mesmo à distância de um ecrã, a escola está longe de ser igual para todos.

Para os graúdos, o desenho do que será o futuro próximo faz-se de informações úteis, pelo que deixo aqui algumas hoje conhecidas:

Com o objetivo de facilitar a consulta de informação, o SAPO24 reúne aqui, no dossier "É útil saber", as informações que vão saindo a cada dia e que o/a podem ajudar a tomar decisões.

Despeço-me — como aliás é hábito na nossa rubrica Hoje o Dia foi Assim — com algumas sugestões:

O meu nome é Inês F. Alves e Hoje o Dia foi Assim

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