No encerramento da primeira fase da campanha Fish Forward, que começou em 2015, a WWF Portugal afirmou hoje ter chegado a 2,8 milhões de consumidores portugueses, e 50 milhões no total dos 11 países europeus em que a campanha decorreu.
A meta para os próximos dois anos, disse à Lusa a responsável da WWF Portugal Ângela Morgado, é “que seis milhões de pessoas mudem o seu comportamento na compra e consumo de pescado”.
Para isso, contam com campanhas de informação, relacionando a necessidade de comer peixe responsavelmente com as alterações climáticas e os efeitos que podem ter na escassez de pescado.
Outro objetivo da segunda fase da campanha é que aumente em 60 por cento a quantidade de peixe de aquicultura certificado nas bancas e em 15% o peixe de mar também com certificação, que garante que a pesca e feita de forma ecologicamente responsável, respeitando os números das espécies e os tamanhos mínimos exigidos.
Da parte das empresas, a WWF espera que passem a prestar mais atenção ao peixe que compram ou pescam para comercializar, respeitando métodos de pesca sustentável.
Num guia distribuído aos consumidores, a WWF elencou 15 espécies e os cuidados a ter na compra, privilegiando, no caso da sardinha, a que tenha o selo MSC apanhada no estado selvagem e evitando, por exemplo, a pesca de cerco no sul da baía da Biscaia e nas águas portuguesas, ou a pesca de arrastão feita nas águas de Marrocos e da Mauritânia.
Na segunda fase, o número de países vai também aumentar de 11 para 16.
Passar a mensagem aos consumidores e mudar comportamentos continua a ser um obstáculo, testemunharam alguns dos parceiros da WWF, como a Câmara de Sesimbra, que introduziu a cavala nas ementas escolares e que encontrou “grande rejeição por parte dos pais”, referiu Alexandra Luís, técnica da autarquia, porque há “um preconceito contra a espécie” como tipo de peixe “que se compra para dar ao gato”.
A mensagem principal da campanha para os consumidores é diversificar o peixe que se põe no prato, indo além dos mais habitualmente consumidos, como a sardinha ou o bacalhau, no caso de Portugal.
O panorama de onde se parte é de “29% de xobre exploração” dos meios aquáticos, com Portugal, por exemplo, a importar “50% do peixe consumido”.
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