Entre as vozes críticas está a deputada trabalhista, Rachael Maskell, que através da rede social Twitter considerou “insustentável” que o segundo filho da rainha Isabel II continue a deter o título de duque de York, como é reconhecido habitualmente.
“É insustentável que o título de duque de York continue a pertencer-lhe por mais um dia – esta associação com York deve terminar”, salientou Maskell, deputada eleita por aquela região.
Para a deputada trabalhista, as suspeitas sobre o príncipe André, acusado de violação por Virginia Giuffre, quando esta cidadã norte-americana tinha 17 anos, em 2001, são “demasiado sérias para ter aquele privilégio [de ser duque de York]”.
Maskell vincou ainda que parte das funções públicas do duque implicam cooperar com entidades sobre questões como a violência sexual.
Também o vereador da câmara municipal daquela cidade, Darryl Smalley, defendeu a retirada do título de duque de York, um dos mais prestigiados da nobreza inglesa e que é tradicionalmente atribuído ao segundo filho homem de um monarca.
O político do Partido Liberal Democrata lembrou que embora o duque “permaneça inocente até prova em contrário”, o Palácio de Buckingham e o governo britânico “devem pesar as consequências das preocupantes acusações”.
“Esta conexão única de York com a coroa e a monarquia é uma parte importante do legado e da história da cidade e uma grande fonte de orgulho”, sublinhou, citado por um jornal local.
O príncipe André, duque de York, renunciou aos títulos militares, segundo anunciou na quinta-feira o Palácio de Buckingham, depois de a justiça norte-americana ter recusado arquivar a queixa civil por abuso sexual contra o membro da família real britânica.
“Com o consentimento e aprovação da rainha, as afiliações militares e os apadrinhamentos reais do duque de York foram devolvidos à rainha. O duque de York continuará sem nenhum cargo público e defende-se neste assunto como cidadão privado”, adiantou o Palácio em comunicado.
Desde 2020 que o duque de York se demitiu das suas funções oficiais e está afastado da vida pública.
Os ‘media’ britânicos também noticiaram hoje a especulação crescente de que o príncipe André tem sido isolado dentro da família real, à exceção da sua ex-mulher, Sarah Ferguson, de quem se divorciou há mais de um quarto de século.
A própria ‘Fergie’ revelou recentemente, na televisão italiana, que continua “100% ao lado” do duque de York.
Virginia Giuffre quebrou hoje o silêncio, através da rede social Twitter, para elogiar a decisão de um juiz de Nova Iorque em manter a queixa judicial da norte-americana contra o príncipe André.
A queixosa insistiu que o processo civil contra o segundo filho da rainha de Inglaterra não “visa o lucro” mas “justiça”.
“O meu objetivo sempre foi mostrar que os ricos e poderosos não estão acima da lei e devem ser responsabilizados”, referiu, numa altura em que crescem os rumores no Reino Unido de que o príncipe André pretende estabelecer um acordo para um processo extrajudicial, de forma a evitar submeter-se a um julgamento público.
Giuffre afirma ter sido apresentada ao membro da família real britânica por Jeffrey Epstein, milionário norte-americano acusado de crimes sexuais que se suicidou na prisão em 2019.
O príncipe André, de 61 anos, nega veementemente as acusações e qualquer comportamento impróprio, alegando que nunca se encontrou com a mulher em causa, e ainda pode recorrer da decisão do juiz de Nova Iorque, Lewis Kaplan, que esta semana negou provimento ao recurso.
Se todos os recursos forem negados e não houver acordo entre as partes, este julgamento poderá ser realizado entre setembro e dezembro de 2022.
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