Sem discriminação em relação a outras provas icónicas do automobilismo internacional, depois do GP Mónaco, em Formula 1, das 500 Milhas de Indianapolis, Nascar, há outro momento que marca o calendário ano após ano: as 24 Horas de Le Mans.
A 85ª edição da prova de 24 horas mais famosa do mundo (disputou-se pela primeira vez em 1923) tem início este sábado e terá transmissão direta e total na Eurosport.
Este ano terá a participação de três portugueses Filipe Albuquerque no LMP2 da United Autosports e Álvaro Parente e Pedro Lamy na categoria GTE Am. Lamy que vai para a 18ª participação em Le Mans, onde já obteve cinco pódios, e um triunfo, em 2012. Haverá também uma equipa portuguesa Algarve Pro Racing (em LMP2), com um Ligier JSP217, embora sem pilotos lusos.
Apresentemos, seguidamente, algumas curiosidades da mítica prova que faz parte do imaginário de qualquer um, sejamos ou não amantes do desporto automóvel.
O traçado “De la Sarthe”, situado na vizinhança da cidade de Le Mans, na região administrativa francesa de País do Loire, mede 13,629 quilómetros e permite aos pilotos manter velocidades médias elevadas (220 Kmh).
Se na primeira edição, André Lagache e René Léonard fizeram 2.209 km nas 24 Horas, no ano passado, os vencedores percorreram 5233 km. Ou seja mais do dobro dos quilómetros.
A Porsche é a marca que tem dominado a prova. O 919 HYBRID venceu as duas últimas edições ajudando a marca de Estugarda a somar 18 triunfos na prova.
A primeira edição disputou-se a 26 e 27 de maio de 1923, tendo, então, ficado decidido que a prova decorreria sempre em junho, com exceção de 1956, que decorreu em julho e em 1968, em setembro, devido a greves que afetaram a França.
Evento com 94 anos, somente não se realizou a edição de 1936, por motivos económicos, e entre 1940-1948, devido à Segunda Guerra Mundial. Durante esses anos o circuito foi utilizado como pista de aviação pelos aliados e Alemães.
Se hoje as equipas dispõem de três pilotos, antes de 1970 só eram permitidos dois, sendo que nos primórdios da competição era autorizado a participação de pilotos solitários.
A prova que deu origem a um filme e em que atores viram pilotos
Tom Kristensen, piloto dinamarquês, nove vezes vencedor das 24 Horas, também conhecido como Sr. Le Mans, detém o recorde de vitórias no famoso circuito, tendo, inclusive, vencido em 6 anos consecutivos.
Para além de Kirstensen há outros pilotos que merecem figurar na galeria dos imortais. Desde logo o piloto americano Dan Gurney que abriu um precedente global desportivo quando “deu um banho de champanhe” ao seu carro na celebração da vitória em 1967. Desde então, as garrafas das bolinhas, são abanadas, andam de boca em boca e o precioso líquido pulverizado sobre a cabeça dos mais variados desportistas, dos tenistas aos pilotos de automóveis.
Mário Andretti é um dos colecionadores das 24 Horas de Le Mans. 35 participações. E na galeria de heróis figuram também Graham Hill que venceu a Triple Crown, título não oficial dado a um piloto que conquista as três mais prestigiadas corridas do automobilismo mundial ao longo de sua carreira: o Grande Prémio do Mónaco, as 500 Milhas de Indianápolis (Estados Unidos da América) e as 24 Horas de Le Mans. A.J. Foyt, em 1967, fez a dobradinha, vencendo nos Estados Unidos e em França.
Por fim, a prova deu origem a um filme. “Le Mans”, de 1971, com Steve McQueen, que desempenhou o papel de Michael Delaney, piloto de um Porsche. A atração de Hollywood pela mítica prova, e pela marca de Estugarda, é grande. Paul Newman foi segundo da classificação geral em 1979 enquanto Patrick Dempsey alcançou igualmente o pódio em 2015, ao terminar em segundo lugar na classe GTE-AM.
Brad Pitt em 2016, deu a partida e passeou-se pela pista na companhia de Jackie Chan, Keanu Reeves e Jason Stathan.
Atrativo para as figuras públicas do desporto e da música, o compositor francês, David Hallyday participou por 5 vezes, o antigo guarda-redes gaulês, Fabian Barthez descobriu os prazeres do volante de le Mans em 2014.
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