Os presidentes Fernando Gomes, da FPF, Pedro Rocha, da RFEF, e Fouzi Lekjaa, da FRMF, formalizaram a assinatura do documento, numa cerimónia decorrida no Complexo Mohammed VI, 10 dias depois de se terem reunido na Cidade do Futebol, em Oeiras.
“A confiança é a base das parcerias longas. Esta carta representa o nosso compromisso com a FIFA e a nossa vontade de organizar o Mundial, mas representa igualmente o compromisso que cada um de nós assume em trabalhar em conjunto de forma a cumprir aquilo que todos desejamos: proporcionar em 2030 um Mundial que perdure na memória de todos como algo único e inspirador”, frisou Fernando Gomes, durante o seu discurso.
A apresentação da carta oficial de intenção é o primeiro passo formal para a candidatura conjunta de Portugal, Espanha e Marrocos, que juntará pela primeira vez países de dois continentes e já tinha sido declarada como a única elegível pela FIFA em 04 de outubro.
“A decisão tomada pela FIFA honra a nossa história, reconhece a nossa capacidade de organização, premeia a ousadia de uma candidatura diversa e multicultural e reconhece uma paixão pelo futebol transversal aos três países”, avaliou o líder da FPF, lembrando a capacidade mostrada no passado para assumir a “responsabilidade” e a “complexidade” inerentes à organização do principal torneio de seleções de futebol à escala planetária.
O Mundial será repartido de forma inédita por seis países, uma vez que vai promover a disputa de três encontros em Argentina, Paraguai e Uruguai, por forma a comemorar o centenário da prova, cuja edição inaugural foi cumprida em território uruguaio, em 1930.
“2030 vai ser muito mais do que a celebração de uma efeméride do passado. O nosso Mundial, por ambição e competência das três federações, vai marcar uma mudança de paradigma no futuro da competição. É esse o nosso desafio”, indicou Fernando Gomes.
Até agora, a única organização conjunta de um Campeonato do Mundo foi efetuada por Coreia do Sul e Japão, em 2002, sendo que a próxima edição, que está agendada para 2026, vai ser a primeira a envolver três países, entre Canadá, México e Estados Unidos.
“2030 vai ser mais futuro do que passado. Vamos inovar e vamos organizar um evento global verdadeiramente sustentável, não com um cunho meramente reputacional ou de comunicação, mas com um propósito. Deixaremos um legado pelas práticas que vamos implementar e pelas experiências proporcionadas, mas também pelas infraestruturas e modernidade dos estádios que vamos oferecer a todos os que nos visitarem”, salientou.
O Estádio da Luz, em Lisboa, o maior recinto desportivo português, com uma capacidade a rondar os 65 mil espetadores, o Estádio do Dragão, no Porto, e o Estádio José Alvalade, também na capital, ambos com aproximadamente 50 mil lugares, são os únicos recintos nacionais que correspondem às exigências da FIFA para acolher encontros de Mundiais.
“O nosso desafio não começou hoje. Há mais de um ano que a comissão de candidatura, liderada por António Laranjo, trabalha e está a preparar uma proposta que vai honrar o desafio proposto pela FIFA. Dentro de alguns meses iremos apresentar o dossiê da candidatura. Será o documento base de todo este projeto”, culminou Fernando Gomes.
Portugal estreia-se na organização de Mundiais, após já ter recebido o Europeu de 2004, enquanto a Espanha organizou o Euro1964 e o Mundial1982, com Marrocos a acolher unicamente a Taça das Nações Africanas (CAN) em 1988, estatuto que repete em 2025.
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