“Este prestigiado mestrado executivo em gestão das organizações desportivas proporciona a todos os gestores do movimento olímpico a oportunidade de desenvolver projetos e aprofundar conhecimentos sobre a gestão das organizações desportivas”, explicou o dirigente.

José Manuel Constantino observou que “o objetivo passa por qualificar quadros de topo, particularmente dos comités olímpicos nacionais e das federações desportivas, para melhor poderem responder às demandas do desporto e do seu desenvolvimento no mundo atual”, sublinhando que os dirigentes desportivos de hoje enfrentam grandes desafios.

“A mercantilização do desporto a que assistimos, que acentua a avidez pelo lucro e pelo dinheiro, traz com ela o aparecimento de fenómenos que lesam a boa imagem do desporto, como a dopagem, a corrupção ou a manipulação de resultados. Portanto, se o desporto deve estar ao serviço do desenvolvimento humano, a governação não pode viver apenas em função da obsessão pelos resultados desportivos e descurar a credibilidade, a integridade e a democraticidade das suas organizações”, sustentou.

Neste contexto, José Manuel Constantino elogiou a iniciativa, organizada em colaboração com a associação MEMOS, pelas ferramentas que disponibiliza.

“Precisamos de instrumentos de análise que nos ajudem a compreender a evolução do mundo, do desporto, das culturas e da sociedade. Uma convenção como esta, que tem por tema central a promoção do movimento olímpico, ferramenta nuclear de valorização cultural, social e política do desporto, é uma excelente oportunidade para refletir e debater estas matérias”, concluiu.

João Paulo Rebelo, secretário de Estado da Juventude e do Desporto, afirmou que o tom desta convenção não podia estar mais de acordo com a linha estratégica definida pelo governo.

“É um orgulho saber que Portugal é membro fundador do MEMOS, e o governo de Portugal não pode acompanhar mais esta ideia de capacitação dos agentes desportivos e de exigir os mais altos padrões na liderança das organizações desportivas”, defendeu.

O governante aproveitou ainda a ocasião para enaltecer o trabalho de “parceria” desenvolvido com o COP, frisando que se trata de “um verdadeiro parceiro do governo”, que prima a sua atuação por um “compromisso com o desporto, desde a base até ao alto rendimento”.

A II convenção MEMOS é um encontro de atuais e ex-alunos do mestrado executivo em gestão de organizações desportivas, patrocinado pela Solidariedade Olímpica, com o envolvimento de 12 universidades, e que durante dois dias terá como atrativo comunicações de oradores de referência nacional e internacional, sessões de debate, atividades desportivas e eventos sociais.

Comité Olímpico confiante na introdução dos 50 km marcha femininos em Tóquio2020

O presidente do Comité Olímpico de Portugal (COP) considerou hoje “muito positivo” que a Associação Internacional das Federações de Atletismo (IAAF) tenha submetido um pedido para que os 50 km marcha femininos façam parte do programa olímpico.

“É muito positivo que a IAAF tenha submetido ao Comité Olímpico Internacional um pedido para que seja posta a possibilidade de haver uma prova de 50 km marcha femininos, estabelecendo assim um regime de paridade relativamente ao que já acontece no âmbito da participação masculina”, disse José Manuel Constantino à agência Lusa.

O presidente do COP observou que a inclusão dos 50 km marcha femininos no programa olímpico abre “boas perspetivas” para Portugal, tendo em consideração os resultados que a atleta Inês Henriques tem alcançado nessa disciplina.

Os 50 km marcha masculinos já existem nos Jogos Olímpicos, mas a vertente feminina ainda não. A IAAF ouviu várias marchadoras, entre elas a portuguesa Inês Henriques, primeira campeã europeia e mundial, e a solicitação oficial seguiu para o Comité Olímpico Internacional (COI), que decidirá se aceita, ou não, incluir a disciplina no programa de atletismo dos Jogos.

A prova feminina de 50 km marcha foi, pela primeira vez, incluída nos Mundiais de atletismo de 2017, em Londres, e a marchadora portuguesa conquistou a medalha de ouro e estabeleceu um novo recorde do mundo, com o tempo de 4:05.56 horas.

A dois anos de distância de Tóquio2020, o presidente do COP disse ainda que é “prematuro” fazer uma análise às possibilidades portuguesas nos Jogos Olímpicos, mas garantiu que “a preparação está a correr normalmente” e que existe uma “expectativa positiva quanto ao número de modalidades, atletas e resultados” que poderão ser alcançados.

(Notícia atualizada às 11:47)