Depois de a revista Sábado ter noticiado que o inquérito dos 'voucheres' e o dos 'emails' tinham sido reunidos num processo único, o jornal Expresso diz hoje que o Ministério Público juntou também a investigação sobre suspeitas de viciação de um jogo com o Rio Ave.
"Isto não tem nada de novo", afirmou Luís Bernardo, pronunciando-se em seguida sobre os diversos casos, para concluir que "a posição do Benfica é estar com total tranquilidade, uma vez que não cometeu ilegalidades".
Sobre o inquérito dos 'vouchers', que investiga ofertas do Benfica a equipas de arbitragem em todos os jogos que alegadamente poderiam atingir um valor global por época a rondar os 250 mil euros, Luís Bernardo sublinhou que "foi arquivado em diferentes entidades: na Comissão de Instrutores da Liga, no CD [Conselho de Disciplina] da FPF [Federação Portuguesa de Futebol], no TAD [Tribunal Arbitral do Desporto] e no Comité Disciplinar da UEFA".
"Foram diversas as instituições que analisaram o caso e arquivaram, mostrando que não existia ali qualquer irregularidade. Eram prendas dadas dentro das normas estabelecidas, indiferenciadas, dadas independentemente do resultado. Temos o exemplo de Pedro Proença, atual presidente da Liga, que também as recebeu e não sentiu qualquer tipo de pressão. É natural que a denúncia tenha partido do presidente do Sporting [Bruno de Carvalho] e, tendo feito a denúncia à Polícia Judiciária, desconhecemos o estado do processo, mas é natural que tenham concentrado este caso noutro processo a decorrer", acrescentou.
Sobre o jogo com o Rio Ave, da época 2015/16, o responsável 'encarnado' disse que dos quatro jogadores que o Benfica alegadamente teria tentado subornar, só dois tinham atuado nesse jogo. "O Cássio e o Marcelo foram dois dos melhores em campo. Diz-se que é uma denúncia não confirmada. Também nunca fomos contactados", completou.
A propósito do caso dos 'emails', em relação ao qual a Procuradoria-Geral Distrital de Lisboa confirmou a investigação a um suspeito pelos crimes de corrupção passiva e ativa, Luís Bernando disse que "não há um facto em que se possa dizer que haja uma relação de causa/efeito que tenha resultado em alterações de resultados".
Esta investigação levou, em 19 de outubro último, a buscas nas instalações do Benfica, na sequência de denúncias do diretor de comunicação do FC Porto, Francisco J. Marques, que acusou os ‘encarnados’ de influenciarem o setor da arbitragem e apresentou alegadas mensagens de correio eletrónico de responsáveis ‘encarnados’, nomeadamente de Paulo Gonçalves e Luís Filipe Vieira.
"Ainda nos últimos dias, vimos o boletim clínico de atletas na praça pública, a informação mais privada e confidencial que deve existir de cada um de nós, e uma total inércia do Ministério Público", acusou Luís Bernardo.
"Que a justiça faça o seu trabalho de forma célere. Portugal não pode ser visto como um paraíso do cibercrime. A violação de correspondência privada é crime. É mau sinal para a sociedade. Quanto ao caso dos emails, o Benfica espera serenamente. Oportunamente chegarão as conclusões e cá estaremos de forma tranquila para responder a tudo. Não há um dado concreto sobre algo de ilegal ou de um crime cometido", concluiu.
Comentários