A obra de arte, com mais de cinco metros de altura, e composta por mais de 27.600 peças mecânicas recicladas, retrata o piloto em cima de uma mota, com a roda da frente levantada, numa duna no deserto da Arábia Saudita, onde Paulo Gonçalves viria a morrer, na sequência de um acidente na 42.ª edição do Rali Dakar.
“Foi uma perda muito grande, pois o Paulo [Gonçalves], além de ser um motociclista de excelência, tinha também um grande significado para a nossa comunidade, por se envolver em vários projetos sociais, desportivos e ambientais”, disse Benjamim Pereira, presidente da Câmara de Esposende.
A escultura ficou localizada na parte nascente da cidade, junto à Estrada Nacional 13, e integrada num novo parque urbano construído pela autarquia, e também batizado com o nome do piloto natural da freguesia de Gemeses.
“É um local onde passam milhares de pessoas, nomeadamente muitos motociclistas. Faz todo o sentido estar integrada num parque, tem outras valências que o Paulo também gostava”, partilhou o autarca.
Benjamim Pereira considerou que esta iniciativa “é uma forma de honrar a memória de Paulo Gonçalves e torná-lo num exemplo para todos os jovens”.
“Já tinhamos feito outras iniciativas, mas gostamos imenso deste projeto, por ser constituído por peças mecânicas oferecidas por todos os que quiseram ajudar a que a memória do Paulo perdurasse para sempre”, acrescentou o autarca.
A escultura, financiada pela autarquia, foi idealizada por Paulo Maria, fotojornalista e amigo do antigo piloto, que sublinhou o envolvimento de várias pessoas e entidades no projeto, considerando, por isso, que é uma “obra de todos para todos”.
“Desenvolvi o projeto e foi acolhido pela autarquia, que entendeu ser a via ideal para homenagear o Paulo. Usámos milhares de peças mecânicas que estavam em fim de vida, reciclando-as para esta homenagem, que teve a ajuda de muita gente para ser uma realidade”, disse o autor.
A obra, com oito toneladas e mais de cinco metros de altura, foi fundida e moldada numa empresa em Constância, distrito de Santarém, num trabalho artesanal em formato industrial, iniciado no ano passado.
Hoje, na inauguração, além dos responsáveis autárquicos, mentores da iniciativa e familiares e amigos de Paulo Gonçalves, estiveram milhares de pessoas, que, num clima de alegria, saudade e emoção, aplaudiram a obra de arte assim que esta foi revelada, após ser retirado o pano gigante que a envolvia.
Paulo Gonçalves destacou-se como motociclista de ralis, tendo acumulado 23 títulos nas modalidades de motocross, supercross e enduro. Correu por várias equipas, participou em sete edições do Rali Dakar, tendo terminado um deles na segunda posição, foi campeão do mundo de ralis todo-o-terreno em 2013 e vice-campeão em 2014.
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