“Só a perfeição coloca Portugal na próxima ronda, isso é claro”, sustentou Paulo Pereira, em entrevista à agência Lusa, alertando para as dificuldades esperadas na Ronda Preliminar da prova, mas sem abdicar de um objetivo “definido mesmo antes do sorteio” e que consiste em “passar à fase seguinte”.
No regresso ao Europeu de andebol, após 14 anos de ausência, Portugal vai defrontar no Grupo D da fase inicial a anfitriã Noruega, finalista vencida no Mundial de 2019, França, que conquistou a medalha de bronze na mesma competição, e a Bósnia-Herzegovina, em estreia absoluta.
“Tendo a Noruega e a França é algo imponente, mas é possível. (…) É necessário fazermos outra vez um jogo perfeito, como fizemos contra a França em abril”, reforçou Paulo Pereira, lembrando o triunfo sobre os franceses na qualificação, por 33-27, em Guimarães.
A seleção nacional terminou em segundo lugar no Grupo 6 de apuramento, atrás dos gauleses (que se desforraram poucos dias depois, impondo-se por 33-24, em Estrasburgo), ganhando o direito de voltar a disputar o Europeu, algo que não acontecia desde 2006.
O treinador espera encontrar na cidade norueguesa de Trondheim, palco dos jogos do Grupo D, três adversários “extremamente fortes”, com a seleção anfitriã à cabeça, uma situação que será agravada pela proximidade dos Jogos Olímpicos Tóquio2020.
“Quando coincide com qualificações para Jogos Olímpicos, as seleções mais fortes põem a energia toda para poderem fazer o melhor campeonato da Europa possível. Mais difícil se torna para as equipas intermédias, como nós. Mas também podemos ganhar a qualquer seleção”, assinalou.
O treinador notou que a lista de 18 convocados premeia “os atletas que contribuíram mais para o apuramento”, à exceção do lateral Gilberto Duarte, melhor marcador luso naquela fase, que fica de fora devido a uma lesão contraída ao serviço do seu clube, os franceses do Montpellier.
O Euro2020 vai realizar-se, pela primeira vez, em três países diferentes — Áustria, Noruega e Suécia –, o que Paulo Pereira considera benéfico para a promoção do andebol, apesar de reconhecer que “dispersa um pouco a competição”.
O selecionador lamenta apenas um aspeto que poderá demover os adeptos da equipa das ‘quinas': “Muitos portugueses não vão poder ir porque aquilo não é para todas as carteiras. É um país com um custo de vida elevadíssimo, mas vamos ter lá gente a apoiar”.
Aos 54 anos, o treinador, natural de Amarante, acumulou a condução da seleção portuguesa com a orientação do CSM Bucareste, chegando à conclusão que o selecionador Paulo Pereira tem mais ganhar do que a perder com a atividade do técnico Paulo Pereira na equipa romena.
“O ano passado foi o que trabalhei mais na minha vida, porque tinha de preparar os jogos do clube e da seleção. Foi, realmente, duro. Mas sinto que trabalhava melhor. (…) Vamos ver se após o Europeu ou no final da época irei acumular outra vez”, observou.
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