Chegados à Australia e ao Circuito de Albert Park, o segundo circuito citadino da temporada de 2023 da F1.
Depois de duas corridas e várias penalizações devido ao mau posicionamento dos pilotos na grelha de partida, a F1 decidiu colocar 'linhas guias' nas caixas de arranque, facilitando a vida aos pilotos, juntamente com o maior comprimento das mesmas.
Será Sergio Pérez o adversário de Max Verstappen pelo campeonato de pilotos?
Max Verstappen, Sergio Pérez e a Red Bull Racing estão noutro patamar. Dois Grandes Prémios e sem problemas na qualificação de Jidá, onde conseguiram derrubar a equipa britânica, e conquistar os dois primeiros lugares. Desta vez, com vantagem para o piloto mexicano. Verstappen lidera o campeonato de pilotos por apenas um ponto, devido à bonificação da volta mais rápida.
Nesta questão da volta mais rápida, Sergio Pérez afirmou nas entrevistas de antevisão do GP, dadas à F1: "Está tudo bem, falámos disso nos final e estamos todos alinhados. Na altura pensei que as informações passadas fossem erradas, mas, olhando para trás, foi bem jogado pela equipa".
Certamente que Verstappen é o crónico candidato ao título. Mas, será este um momento de viragem? O próximo capítulo é nas ruas de Melbourne. Ouvindo Damon Hill, campeão do mundo de F1 em 1996, no podcast F1 Nation, há essa possibilidade: "Cada piloto tem em si o dever de lutar pelo título".
Aston Martin e Fernando Alonso, a continuação?
Na antevisão do Grande Prémio da Arábia Saudita uma das grandes dúvidas era a Aston Martin. Excelente resultado na ronda inaugural, o GP do Bahrain, e outro grande resultado em Jidá, desta vez para Fernando Alonso, já que Lance Stroll ficou pelo caminho logo no início da corrida na Arábia Saudita. Agora, com dois pódios 'no bolso', a grande batalha da equipa britânica é manter esta forma e manter os seus carros competitivos.
A questão vira-se agora para quem a conseguirá acompanhar, Mercedes ou Ferrari?
No Bahrain, a Ferrari não teve o início de 'sonho' que, certamente, esperava e em Jidá, apesar de uma melhor performance, não houve grandes diferenças em termos de competitividade, por isso é que o vencedor de 2022 do GP da Austrália, Charles Leclerc, confirmou o favoritismo da Red Bull, nas entrevistas de antevisão:
"Tenho boas memórias do ano passado, mas, olhando para este ano, chegámos a esta corrida numa situação diferente. Acho que a nossa performance não é tão boa como no ano passado, mas estamos a trabalhar no duro para voltar à frente", afirmou Charles Leclerc.
Mas, a declaração 'bomba' desta antevisão vai para Carlos Sainz. O espanhol também falou nas entrevista de antevisão ao GP e deixou escapar que o ritmo de desenvolvimento Ferrari não se compara ao já dominante da Red Bull Racing: "Estamos um pouco confusos, porque no ano passado pensávamos que tínhamos conseguido resultados. Mas, claramente que o desenvolvimento, e a capacidade de desenvolvimento, que a Red Bull tomou foi muito superior à nossa. Estamos atrás. Precisamos de reagir rápido, senão eles vão embora".
Do lado da Mercedes, os seus pilotos continuam cautelosos, e ao bom jeito britânico, George Russell (Mercedes) confirmou a boa forma da Aston Martin, mas quer, novamente, tentar acompanhar os carros verdes: "A Aston Martin é muito forte aqui. Parece ser os mais rápidos em termos de curvas de média-alta velocidade, o que há muito aqui em Melbourne. Se pudermos estar novamente na luta contra eles e a Ferrari, será muito bom".
Um novo herói
Os australianos viram Daniel Ricciardo deixar de competir a tempo inteiro na F1 no final de 2022, com o australiano a regressar à Red Bull Racing como piloto de testes/reserva. Agora, viram-se para a jovem promessa da McLaren, Oscar Piastri. No Grande Prémio anterior Piastri chegou pela primeira vez à Q3, ou seja, ficou entre os dez primeiros na qualificação. Apesar disso, a McLaren continua com dificuldades, tendo nos últimos dias feito uma reestruturação da sua equipa técnica. Sai James Key e agora vão estar três pessoas na frente dos destinos técnicos da equipa de Woking. Peter Prodromou e Nei Houdey (já está na McLaren) e depois David Sanchez, que só começa em 2024, pois vem da Ferrari e terá de cumprir o típico 'período de jardinagem'.
Agora resta perceber o que pode Piastri fazer na F1. Certamente tem uma herança pesada em Daniel Ricciardo, piloto muito acarinhado pelos adeptos e conhecido pelas suas manobras de ultrapassagem. Para já, Piastri ao andar no 'final' do pelotão pode mostrar-se nesse capítulo.
Stefano Domenicali e a ideias de menos treinos
O CEO da F1, Stefano Domenicali, esteve em Portimão para assistir e dar a bandeira de xadrez na primeira prova da temporada do MotoGP, o GP de Portugal. Foi aqui que o italiano voltou a reforçar a ideia de limitar os treinos antes de cada corrida, potenciando uma futura alteração ao formato dos fins-de-semana de Grande Prémio.
A F1 implementou as corridas Sprint há alguns anos, e em relação à ideia de menos treinos, Domenicali já tem o apoio de alguns pilotos, como Russell, Pierre Gasly ou até os estreantes Nyck De Vries e Logan Sargeant.
Mas, atenção a isto. Olhando para outra competição motorizada, a NASCAR, onde os treinos livres já não existem nas corridas de SuperSpeedways (circuitos ovais de grandes dimensões) a ideia ao início foi muito bem recebida, ajudando a situação na altura, 2020, pandemia da COVID-19. Mas, 2023 e para a corrida da Daytona500, na oval de Daytona International Speedway, vozes de pilotos experientes como Denny Hamlin fizeram-se ouvir e a pedir pelo menos mais tempo de treinos livres.
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