A 25 de abril, a Federação Internacional do Automóvel (FIA) anunciou a alteração no formato dos fins de semana de corridas Sprint no Mundial de Fórmula 1, acabando com dois dos três treinos livres e criando uma segunda sessão de qualificação. Um piscar de olho ao MotoGP, já que o fim de semana em muito se assemelha às corridas de duas rodas atualmente.
Assim, os seis Grandes Prémios com corridas Sprint passam a ser organizados da seguinte forma:
- A qualificação para a corrida principal de domingo passa a decorrer à sexta-feira, substituindo o segundo treino livre;
- No sábado, foi introduzida uma nova sessão de qualificação mas exclusivamente para definir a grelha da corrida sprint, que mantém um terço da distância da prova principal e a distribuição de um terço dos pontos. Esta sessão de qualificação, denominada shootout, substitui a terceira sessão de treinos livres, que habitualmente decorria na manhã de sábado;
- O shootout terá três fases, como a qualificação tradicional, mas a Q1 (primeira ronda) será de apenas 12 minutos (para todos os 20 pilotos, obrigados a montar pneus médios), a Q2 de apenas 10 minutos para os 15 melhores da Q1 e, finalmente, a Q3, de oito minutos, para os dez mais rápidos da fase anterior (e já com pneus macios). Por outro lado, uma penalização sofrida durante a sessão de treinos livres e na qualificação (sexta-feira) será cumprida na corrida de domingo.
Antes de olharmos para as equipas, de notar o circuito de Baku: com longas retas e zonas muito lentas, entre a parte velha e nova da cidade, esta combinação tem dado excelentes corridas desde a primeira em 2017. Com seis quilómetros, é o segundo traçado mais longo do calendário, depois de Spa-Francorchamps, na Bélgica. A pista foi projetada por Hermann Tilke e incorpora uma série de características únicas, como uma reta que percorre a extensão do ‘calçadão’ à beira-mar. Pode dizer-se que é a rainha do 'cone de ar', algo que as equipas sabem já muito bem e que para este ronda trazem sempre atualizações mais específicas.
Ao contrário da pausa de verão, onde as equipas estão proibidas de trabalhar, houve muito trabalho de bastidores entre o GP da Austrália e o GP do Azerbaijão.
Começamos pela McLaren, que desde o primeiro GP apontou Baku como sendo a ronda que lhes traria mais atualizações: a tentar salvar o projeto 2023, depois de uma mudança de direção a meio de 2022, significa que a chegada a Baku é a primeira tentativa para mostrar serviço. Assinado por James Key, antigo diretor técnico da equipa de Woking, estas novidades em princípio serão um passo na direção certa. Não esquecer que durante o tempo de Key, replicar boas ideias e levar novidades para o carro resultou relativamente bem, sendo que sempre conseguiram aproximar-se dos seus rivais. Para já, diz-se que deverá melhorar o carro em alguns décimos de segundo. Após o único treino livre do fim de semana, percebe-se que para além das atualizações específicas de Baku, como uma asa traseira mais pequena, a McLaren reformulou por completa o 'chão' do MCL60.
Para a Mercedes, a equipa de Toto Wolff está a tentar melhorar a pilotagem do W14 através de mudanças na suspensão e, tal como a maior parte das equipas, também traz algumas atualizações específicas de Baku. Apesar disso, a maior mudança na equipa alemã é o regresso de James Allison ao cargo de diretor técnico. Mike Elliott passa assim a outro papel dentro da equipa, olhando mais para o futuro em 2026, enquanto Allison se vai preparar para liderar o carro para 2024, que em principio será mais do 'tipo Red Bull', já que a política de "zero-sidepods" não deu os resultados esperados.
Completar esta secção com a Alpine. Depois do que aconteceu na Austrália, onde Pierre Gasly e Esteban Ocon terminaram acidentados, a maior questão seria se a equipa francesa traria novidades ou só peças sobresselentes. Afinal, e de acordo com o que Otmar Szafnauer, chefe de equipa, disse no podcast F1 Nation, "conseguiram trazer os dois".
E para quem esteve durante estas quatro semanas sem F1, de recordar que o GP da China era para ser neste intervalo, mas registou-se um novo adiamento e sem substituto acabou por não haver nada. Mas ainda faltam 20 corridas, numa temporada que agora está a começar e ainda se vai adensar mais. Agora, são cinco corridas nas próximas seis semanas.
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