De Portsmouth para o mundo

Nascido e criado junto à praia, é mesmo do cheiro do mar e de brincar na areia que o jovem jogador do Chelsea mais tem saudades. Tendo sido descoberto pelo Chelsea com apenas seis anos de idade e tendo assinado pelo clube londrino apenas dois anos volvidos, o sonho de ser jogador de futebol começava desde tenra idade a ganhar forma. Viajando até Londres para treinos e jogos — de Portsmouth a Londres são aproximadamente 120 quilómetros — o jovem tem a agradecer aos seus pais o facto de lhe terem facilitado tal dedicação ao Chelsea e ao futebol.

Tendo de viajar diversas vezes por semana desde pequeno, foi aos catorze anos de idade que a sua vida tomou, em definitivo, um rumo diferente. Mount assinara contrato permanente com o Chelsea o que o obrigaria a mudar-se em definitivo para a academia dos Blues. Com apoio escolar na própria academia e treinos diários, as estrelas estavam alinhadas para o jovem poder concretizar o sonho de criança. Mudando-se em definitivo para Londres, onde foi recebido por uma família de acolhimento, o jovem, como tantos outros, teve de crescer depressa e lutar com tudo o que tinha por um lugar ao sol.

Se pensarmos que menos de 1% dos jogadores que se juntam a uma academia em Inglaterra antes dos nove anos de idade acabam por realizar o sonho de se tornarem jogadores de futebol, percebemos que mesmo com todo o apoio e dedicação dos próprios e dos que os rodeiam, existem muitos outros fatores com um papel importante nessa caminhada até ao sucesso.

E sucesso era o que Mason Mount iria encontrar em 2017. Com apenas dezoito anos tornara-se campeão da Europa de Sub19. Fazendo parte da geração de jogadores ingleses que beneficiaram das mudanças na abordagem ao treino jovem, realizado em grande parte pela Federação Inglesa há sensivelmente dez anos. Mount é um dos muitos jovens que começa a dar nas vistas e a ter oportunidade de não só vencer títulos nos escalões de formação, como fazer parte de um projecto de, e com futuro, que é a equipa principal Inglesa liderada por Gareth Southgate.

Inspiração e mentor

Frank Lampard é não só o nome com o qual Mason Mount é muitas vezes comparado, como é o principal fator para o recente sucesso do jogador. Depois de passar um ano emprestado ao serviço do SBV Vitesse, na temporada de 2017/18, e ter dado nas vistas, sendo considerado o melhor jogador do ano para para o adeptos da equipa, Mount foi resgatado pela antiga lenda do Chelsea e do futebol inglês.

Na altura treinador do Derby County na Championship, Frank Lampard, na sua primeira experiência como treinador principal, viu no jovem talento do Chelsea, uma oportunidade não só de elevar a qualidade da sua equipa, trazendo um excelente jogador para o plantel, como a oportunidade de desenvolver um jovem jogador com um potencial incrível. E assim foi. Uma época foi o bastante para Mount despontar e começar a dar realmente nas vistas, agora em solo inglês.

A história já é conhecida: o Derby de Lampard e Mason Mount atingiu os playoffs do segundo escalão inglês e por pouco não chegavam à Premier League, tendo perdido na final disputada em Wembley, para o Aston Villa da outra antiga lenda do Chelsea, John Terry.

O mentor poderá ter um papel importante no desenvolvimento do atleta, mas já desde há muito tempo que as características físicas do jovem de apenas 20 anos, lhe dão a oportunidade de ser muito parecido com o antigo médio do Chelsea. Um médio que tanto tem a capacidade técnica de criar e fazer jogo na frente de ataque, como tem o poder combativo físico e mental para lutar nas zonas mais próximas da sua grande área. Um médio box-to-box à antiga, com as capacidades de um jogador moderno.

Chelsea e Selecção dos Três Leões

A estreia podia ter sido melhor: apesar da titularidade e confiança mostrada por Frank Lampard no primeiro jogo da temporada, a derrota por quatro bolas a zero não caiu bem. Ainda assim e apesar de coletivamente as coisas não estarem a correr de feição para o Chelsea, o que é certo é que a afirmação do jovem inglês na equipa vai de vento em popa e com dois golos em quatro jogos, Mount parece rapidamente vir a tornar-se o pilar da equipa e, com um pouco mais de experiência, poderá mesmo sonhar em fazer uma carreira igual ou melhor que o seu ídolo e treinador Frank Lampard.

A dedicação e a constante representação das selecções jovens de Inglaterra, valeram a Mount a oportunidade de, há um ano e quatro meses, ser chamado a treinar com a selecção principal do seu país que se preparava para o mundial de 2018, disputado na Rússia. Se a chamada a treinar tinha sido extremamente importante para um jovem em formação que jogava na primeira equipa do Derby County, o que dizer da chamada, meses mais tarde, para a convocatória de jogadores que iria jogar frente à Espanha e Croácia.

Apesar de não se estrear em nenhum dos jogos, a esperança permaneceu, o trabalho árduo continuou a pautar a curta carreira do jogador e hoje, pelas 17h o médio do Chelsea poderá finalmente estrear-se, desta feita contra a Bulgária, a contar para a fase de grupos do apuramento para o Europeu de 2020, a ser disputado em 12 cidades europeias diferentes.

Esta semana no futebol inglês

Como referido acima, joga-se a qualificação para o campeonato da Europa 2020 — e a Inglaterra, em jornada dupla, defronta primeiro a Bulgária, hoje, dia 7 pelas 17h e terça-feira, pelas 19h45, a equipa do Kosovo. A Inglaterra não só lidera o grupo, como em dois jogos tem um total de 10 golos marcados e apenas um sofrido. Uma vitória em casa por 5-0 frente à República Checa e outra consistente vitória, desta feita por 5-1 fora, frente a Montenegro, fazem da Inglaterra a grande favorita a vencer o grupo de qualificação A.

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