O juiz Francisco de Jorge considerou que o beijo dado pelo ex-dirigente máximo da RFEF à jogadora, após a conquista do título mundial, “não foi consentido”, e que o selecionador Jorge Vilda, que também vai a julgamento, “exerceu pressão” sobre Hermoso.
A decisão hoje conhecida ainda é passível de recurso, não garantindo a presença de Luís Rubiales em tribunal.
Segundo o juiz, “o beijo não foi consentido, foi uma ação unilateral e de surpresa”.
“A finalidade erótica ou não, bem como o estado de euforia e agitação que se seguiram ao extraordinário triunfo, são elementos cujas consequências, ou consequências legais, devem ser determinadas durante o julgamento”, indicou o juiz.
A argumentação foi neste sentido, face às justificações de Rubiales, quando disse que a situação ocorreu num “momento de felicidade, de grande alegria e no momento”, rejeitando qualquer “conotação sexual”.
Pelo contrário, o juiz entende que este beijo na boca “afeta a esfera da intimidade, reservada às relações sexuais entre dois adultos”.
Além de Luis Rubiales, o magistrado decidiu levar também a julgamento o diretor da seleção masculina, Albert Luque, o antigo selecionador feminino, Jorge Vilda, e o antigo diretor de marketing da Federação, Ruben Rivera, pelas “pressões” exercidas sobre a jogadora após os acontecimentos.
Francisco de Jorge considera ter existido ação concertada entre os três, com a conivência de Luis Rubiales, “para quebrarem a vontade de Jenni Hermoso e levarem a jogadora a gravar um vídeo referindo que o beijo tinha sido consentido”.
Investigado quanto aos crimes de “agressão sexual” e delito de “coerção”, Luis Rubiales está proibido de se aproximar da futebolista.
Após os acontecimentos, o dirigente, que inicialmente recusou a demissão do cargo — o que viria a acontecer em 10 de setembro -, disse ter sido um pequeno beijo consentido e referiu estar a ser alvo de um “falso feminismo”.
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